Pós-rodada: temporada regular da NWSL chega ao fim e playoffs tomam forma

Reprodução: Twitter/@ThornsFC

No último final de semana, tivemos a conclusão da temporada regular da NWSL (National Women’s Soccer League – Campeonato dos Estados Unidos). A rodada, que começou na sexta-feira, 29 de outubro, marcou a confirmação das vagas de playoffs para o Chicago Red Stars, Gotham FC e North Carolina Courage. Eles se juntam ao Portland Thorns, OL Reign e Washington Spirit, previamente classificados.

Com 3 vagas em jogo para 4 equipes (além das supracitadas, Houston Dash também estava na disputa), o clima de tensão assombrava as equipes. A NWSL optou por desmembrar a rodada em 3 dias, o que foi um grande erro, visto que todas as 5 partidas tinham implicações diretas na classificação para a pós-temporada. Com isso, os times que atuaram no último dia (domingo, 31) largaram com uma certa vantagem por já saberem o que era necessário para alcançar o êxito.

Abrindo a rodada no dia 29, o Red Stars precisava apenas de um empate para carimbar seu passaporte, mas conseguiu mais do que isso. Derrotou o Orlando Pride na Flórida.

Já no dia 30, o Reign bateu o Kansas City Current – que revelou novo nome e escudo no intervalo da partida – e assegurou a segunda colocação. Na mesma noite, o Courage visitou o Thorns em jogo de “vida ou morte” para o primeiro. Uma derrota eliminaria a equipe, que, ao empatar a peleja, conseguiu pular para a zona de classificação. O Referido resultado acabou por confirmar matematicamente a vaga do Gotham, restando apenas uma disputa: Courage ou Dash pela posição final.

No domingo, o Dash visitou o Spirit precisando de apenas um empate para voltar ao “mágico” sexto lugar. No entanto, a equipe sucumbiu na segunda etapa e saiu derrotada, perdendo sua chance de uma vaga inédita na pós-temporada. Para fechar, Gotham e Louisville terminaram empatados com 1 gol cada.

Classificação final – Reprodução: Google – NWSL

ORLANDO PRIDE 0 x 1 CHICAGO RED STARS

Já sem chance de playoffs, a equipe da casa tinha como objetivo se despedir com uma boa performance na frente do seu torcedor, mas não foi o que aconteceu. O time contou com alguns desfalques importantes, dentre eles Marta, Ashlyn Harris e Ali Krieger, fato que dificultou ainda mais o desempenho.

Também com ausências de última hora (Casey Krueger e Sarah Woldmoe), o time de Chicago estava atrás da vitória para, além da vaga, assegurar o mando de campo na partida de quartas de final. Para isso, partiu pra cima desde o início e dominou as ações na primeira etapa.

Mal Pugh foi o grande destaque das visitantes, tanto criando, quanto definindo. A atacante esteve perto de balançar as redes algumas vezes, mas, assim como as companheiras, pecava nas finalizações.

Por outro lado, o Pride teve muitas dificuldades no setor de criação, problema constante da equipe ao longo da temporada. A primeira oportunidade só veio depois dos 40 minutos, com Gunny Jónsdóttir. Minutos depois, Alex Morgan também incomodou, porém ambas as chances foram para fora.

Na segunda etapa a toada se manteve. Junto de Pugh, Kealia Watt também cresceu na partida. As duas atacantes, ao lado de Sarah Gorden e Morgan Gautrat, foram destaques na peleja (todas elas têm feito uma temporada com boa regularidade).

Aos 65 minutos veio o único tento da noite. Gautrat tocou para Watt, que limpou Ali Riley e bateu tirando de Erin McLeod. O gol trouxe mais justiça ao placar.

KANSAS CITY CURRENT 0 x 3 OL REIGN

O Reign chegou nesse embate precisando de um empate para assegurar o segundo lugar, que o garantiria passagem direta para a semifinal. A equipe treinada por Laura Harvey, que havia perdido na rodada anterior, entrou em campo buscando incessantemente o gol.

Com 12 minutos jogados, as visitantes já tinham chegado por 3 vezes com perigo ao gol de Adrianna Franch, que fez ótimas intervenções em finalizações de Dzsenifer Marozsán e Eugénie Le Sommer. O Reign dominava a partida, mas pecava nas conclusões.

No começo da segunda metade do primeiro tempo, o time da casa começou a encontrar alguns espaços pelas pontas, aproveitando a velocidade de suas jogadoras de lado de campo e atacando as costas, especialmente, da lateral Sofia Huerta. No entanto, com limitações evidentes na conclusão das jogadas, não conseguiu capitalizar.

Aos 35 minutos o placar foi inaugurado. Huerta, melhor lateral direita do campeonato até o momento, cruzou na área e a zaga se atrapalhou. Franch pulou no vazio e Kiki Pickett acabou mandando contra o próprio patrimônio.

No intervalo tivemos o grande momento da noite para o Kansas City. A equipe, que tinha nome (KC NWSL) e escudo provisórios, revelou-se, de forma definitiva, Kansas City Current (ver tweet/vídeo abaixo).

Já com o novo escudo no uniforme, o Current voltou animado para a segunda etapa. No entanto, faltou combinar com o Reign, que anotou mais um gol, logo aos 48 minutos. Megan Rapinoe cobrou escanteio, Rose Lavelle desviou para o segundo pau e Le Sommer só conferiu para as redes.

Rapinoe esteve perto de marcar aos 60, mas finalizou para fora. Em bom momento, a estrela mundial participou, minutos depois, do gol que deu números finais ao confronto. Kristen Hamilton, atacante do Current, ficou reclamando de falta não assinalada pela arbitragem no ataque. Lauren Barnes, atenta, iniciou transição ofensiva perfeita com passe para Rapinoe, aproveitando a desorganização da equipe da casa. A ponta tabelou com Marozsán e cruzou na medida para Le Sommer, que entrou com muita velocidade na área, anotar, de cabeça, seu segundo no jogo.

As visitantes continuaram dominando o jogo, mas sem conseguir capitalizar mais. No minuto 86, a brasileira Angelina entrou em campo. A meio-campista teve chance de marcar com chute de fora da área, já nos acréscimos, mas a bola passou por cima do travessão.

PORTLAND THORNS 0 x 0 NORTH CAROLINA COURAGE

A equipe visitante chegou no confronto muito pressionada, já que estava fora da zona de classificação para os playoffs. Um empate seria suficiente para ultrapassar, momentaneamente, o Houston Dash, mas a vitória era o resultado desejado, visto que aumentava um pouco as chances da equipe.

O jogo começou no melhor estilo “lá e cá”. Logo aos 2 minutos o Courage quase inaugurou o marcador. Carson Pickett cobrou falta na área e a capitã Abby Erceg cabeceou, acertando a trave. No rebote, Kaleigh Kurtz mandou para as redes, mas a arbitragem assinalou impedimento (pelo ângulo mostrado na transmissão não ficou claro se a jogadora estava adiantada ou não). No minuto seguinte veio a resposta do Thorns. Sophia Smith fez boa jogada pela esquerda e cruzou para Morgan Weaver, que finalizou para fora. Sem tempo para respirar, Amy Rodriguez, aos 4 minutos, contragolpeou e chutou de fora, chegando a acertar, de leve, o travessão.

A equipe da casa, aos poucos, começou a dominar o setor de meio-campo, conseguindo controlar as ações da partida. O Courage, apenas com duas meio-campistas (Denise O’Sullivan e Cari Roccaro), tinha dificuldades na construção de suas jogadas. Existia um vazio entre o meio e o setor de ataque, composto por Debinha, Rodriguez, Lynn Williams e Jessica McDonald.

Os lances mais perigosos das visitantes vinham de bolas paradas de Pickett. Por outro lado, o Thorns conseguia preencher os espaços no campo de ataque e se aproveitava da presença da atacante Smith, que era o “imã do perigo”, participando de praticamente todas as jogadas promissoras.

No entanto, mesmo dominando as ações do meio para o final do primeiro tempo, as donas da casa não conseguiram capitalizar. Os erros de finalização foram obstáculo durante todo o jogo.

A segunda etapa manteve a toada da primeira. O Thorns chegava bem mais, porém esbarrava nos problemas já destacados. Weaver e Smith, muito velozes, foram problema constante para a zaga do North Carolina.

Mérito grande do primeiro colocado do campeonato foi anular Williams. A atacante não conseguiu produzir nada durante toda a partida. Com problemas na ligação pelo meio-campo, o Courage continuou apostando nas bolas paradas e em alguns contra-ataques. McDonald foi o destaque da equipe, fazendo Bella Bixby trabalhar no gol, além de, aos 87 minutos, acertar uma cabeçada no travessão.

WASHINGTON SPIRIT 1 x 0 HOUSTON DASH

O confronto entre duas equipes que têm veias ofensivas começou com tudo, com alternância de ataques nos primeiros minutos. O Spirit, já classificado, precisava da vitória para garantir mando de campo nas quartas de final. Por outro lado, o Dash necessitava de pelo menos um empate para voltar à zona de classificação e carimbar sua vaga para os playoffs.

Aos 4 minutos, Ashley Sanchez, com passe por elevação, encontrou Ashley Hatch na área. A artilheira do campeonato, com 10 gols, cabeceou para ótima defesa de Jane Campbell.

Ambas as equipes buscavam marcar a saída de bola adversária, pressionando a portadora da bola. No entanto, as donas da casa tiveram mais sucesso na empreitada, tanto forçando erros das visitantes, quanto para sair jogando no toque de bola.

Na metade da primeira etapa, Nichelle Prince começou a encontrar espaços com sua velocidade. Primeiro, recebeu de Haley Hanson, mas finalizou para fora. Depois, venceu duelo contra Tegan McGrady e enfiou ótima bola para Rachel Daly, que finalizou para fora.

O Spirit conseguiu rondar mais a área do Dash, porém não estava tendo sucesso no último passe. Aos 41 minutos, Trinity Rodman, que vinha infernizando a zaga oponente com sua velocidade, partiu para a jogada individual na linha de fundo e cruzou para Sanchez, que vinha na entrada da área. A meia-atacante finalizou forte, mas a bola passou por cima.

No segundo tempo, vimos um domínio praticamente completo do Spirit. Dash teve boa chance aos 51, quando Jasmyne Spencer venceu Kelley O’Hara e cruzou para Daly, que finalizou mal. Depois disso a equipe raramente levou perigo, dependendo de contra-ataques, que foram pouco eficientes.

Pelas donas da casa, Dorian Bailey e Andi Sullivan controlaram muito bem o meio. Sanchez, Rodman, Hatch e Tara McKeown, quarteto ofensivo, movimentaram bastante, gerando perigo constante para a linha de zaga oponente.

Aos 70 minutos, uma substituição contribuiu para os rumos da partida. Dash vinha sendo dominado e precisava assegurar ao menos o empate. O treinador James Clarkson optou por sacar Spencer e colocar mais uma zagueira, Megan Oyster, formando uma linha de 5 defensoras atrás. A mudança, ao invés de trazer mais segurança, chamou mais ainda a equipe adversária para o seu território e acabou resultando em alguns espaços indesejados, que foram bem aproveitados pelas velocistas do oponente.

Aos 76 minutos, saiu o único gol do jogo. Em uma jogada característica do Spirit, que gosta de lançar bolas longas mirando a velocidade de suas atacantes, Sam Staab, com belo passe, acionou Rodman, que venceu Abby Dahlkemper na corrida e bateu sem chances para Campbell. Detalhe para a linha de zaga desorganizada das visitantes.

Com a vaga para os playoffs escorrendo pelas mãos, o Dash tentou se lançar para o ataque nos minutos finais, mas não logrou êxito. Com isso, a equipe, que havia sido a sensação do ano de 2020, amargou mais uma não-classificação para a pós-temporada.

GOTHAM FC 1 x 1 RACING LOUISVILLE

A última partida da temporada regular teve andamento com os rumos do campeonato já decididos. Louisville apenas cumpriu tabela e o Gotham, que se classificou com os outros resultados da rodada, já tinha posição definida.

O primeiro tempo da peleja foi bem morno, com duelos concentrados no centro do campo. As melhores chances do time da casa vieram de cobranças de falta de Caprice Dydasco. Mas Ifeoma Onumonu e Carli Lloyd não conseguiram anotar o gol. Pelo lado das visitantes, Ebony Salmon incomodou, mas sem sucesso também.

A segunda etapa, apesar dos gols, também não apresentou tanta emoção. Aos 52 minutos, aproveitando bom cruzamento de Elizabeth Eddy, Lloyd, livre na área, inaugurou, de cabeça, o placar. A atacante, que se aposentará no fim do ano, deixou sua marca em seu último jogo de temporada regular da carreira.

No minuto seguinte do gol sofrido, Louisville quase chegou ao empate. Salmon finalizou para excelente defesa de Kailen Sheridan. As visitantes continuaram tentando o empate, até que, aos 67, Savannah McCaskill cruzou na área e Allie Long se enrolou para cortar. A meia acabou chutando a bola em seu próprio braço, sendo assinalada a penalidade. Cece Kizer cobrou com perfeição, sem chances para a goleira, dando números finais ao jogo.

PLAYOFFS

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Chaveamento dos playoffs. Reprodução: Twitter/@NWSL

Com a classificação definida, a pós-temporada terá início no próximo dia 7 de novembro, com as duas partidas válidas pelas quartas de final. O Chicago Red Stars, que terminou em quarto lugar, recebe o Gotham FC, quinto colocado. No outro jogo, o Washington Spirit, que finalizou em terceiro, manda seu confronto contra o North Carolina Courage, que levou a sexta e última vaga.

Primeiro e segundo colocados respectivamente, Portland Thorns e OL Reign folgam na primeira rodada. Pela semifinal, o Thorns enfrentará o vencedor de Red Stars ou Gotham, ao passo que o Reign duelará contra o ganhador de Spirit e Courage. Essa fase acontecerá no dia 14 de novembro.

A grande final da NWSL está marcada para 20 de novembro e acontecerá no Lynn Family Stadium, estádio que pertence ao Racing Louisville. Lembrando que todas as partidas terão transmissão gratuita pela Twitch (nwslofficial2).

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