Ex-atleta da Seleção, Marcia Tafarel é a nova treinadora de futsal dos EUA

Foto: Divulgação

Pioneira no futebol feminino nacional, Marcia Tafarel será a primeira treinadora da nova U.S Soccer.

Recém-criada, a Seleção Feminina de Futsal dos Estados Unidos contará com a histórica Marcia Tafarel, ex-jogadora da Seleção Brasileira, como a primeira treinadora deste novo projeto. A brasileira assume o projeto do departamento de Seleções Nacionais da Federação Americana de Futebol, a U.S Soccer, e tem como missão em seu primeiro ano selecionar as atletas que formarão a equipe. As primeiras seleções ocorrem entre os dias 23 e 26 de março, em Walnut Creek, na Califórnia. 

Em entrevista ao blog Donas do Campinho, da jornalista Cíntia Barlem, Marcia contou como serão os primeiros momentos à frente da equipe. 

“As conversas que tenho tido com a direção é para o primeiro ano ser de identificação de atletas. Fazer “camps” para identificação e buscar as atletas que têm mais potencial para fazer parte da seleção. Observação, identificação, fazer busca por jogadoras em diferentes regiões do país. A gente tem a programação de fazer 3 a 4 camps no ano e dentro disso buscar o pool de atletas para a seleção e só no outro ano competir. Buscar qualidade nessas atletas e desenvolver um trabalho de curto/médio/longo prazo.”

A decisão de criar uma seleção estadunidense se deu após a FIFA divulgar que irá colocar a Copa do Mundo Feminina de Futsal como uma de suas competições. Embora tenha sido ex-atleta de futebol de campo, Marcia possui experiência como treinadora de futsal. Entre 1997 e 2004, a brasileira comandou a Associação Sabesp e inseriu, como é habitual no Brasil, o futsal em seus trabalhos de base nos Estados Unidos. 

“Voltei às raízes de quando comecei a ser treinadora. Quando mudei para os EUA voltei a ser treinadora de campo porque o futsal não existia aqui. Tinha aquele pensamento de trazer o futsal para agregar no campo. Todas as meninas que treinei aqui eu sempre colocava elas nas ligas de futebol de salão que ocorriam durante o inverno. Mas agora também já virei a chave.” Declarou Marcia, ao Donas do Campinho.

Ao ser convidada para o novo cargo, Marcia Taffarel revelou entrar em contato com Marquinhos Xavier, técnico da Seleção Brasileira masculina, e Lavoisier Freire, coordenador da modalidade na CBF, buscando conselhos sobre seu novo desafio. A treinadora comentou, ainda, o aumento de interesse das crianças americanas pelo futsal e que isso, junto com a oficialização da FIFA, serviu como incentivo para sua decisão. 

“Os EUA começaram a ver esse crescimento do futsal aqui, interesse das crianças de jogarem futsal. E esse comunicado da Fifa dizendo que ia desenvolver o Mundial também gerou um burburinho por aqui e aí a Federação se antecipou para formar a feminina também já que a masculina disputa os campeonatos e aí formar a feminina também. E o processo de entrevista começou antes desse anúncio da Fifa. Eles já tinham essa ideia de que precisam, mas com certeza deu um baque maior com o anúncio da Fifa. Mas com certeza os EUA não gostam de ficar fora desse cenário mundial de competição, esporte. Eles querem sempre ter algum tipo de protagonismo. Mas com relação ao futsal eles sabem que está atrasado e vamos correr atrás.”  falou Marcia Tafarel.

Diferentemente do Brasil, onde o futsal é a base para a maioria dos atletas de campo, nos Estados Unidos a formação dos jovens atletas era feita diretamente no campo. Entretanto, Marcia acredita que as coisas podem mudar gradativamente.

“Eu falo para os pais aqui que o desenvolvimento da atleta aqui é diferente. No Brasil, elas começam no futsal com um jogo muito mais rápido, mais difícil de se jogar, pensamento rápido. As crianças no Brasil começam no futsal e depois vão para o campo. Aqui é diferente. Elas começam no campo e têm o futsal como ferramenta. E isso que está mudando. Antes não tinham o futsal de maneira alguma e agora têm o futsal como ferramenta de desenvolvimento.” Afirmou Marcia Tafarel, que terá Sascha Filippi como seu auxiliar na seleção feminina de futsal dos EUA.

A brasileira possui em seu currículo licença B de técnica nos EUA, além de duas Copas do Mundo, em 1991 e 1995, a disputa dos Jogos Olímpicos de 1996. 

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