Em partida amistosa válida pela Data Fifa de outubro, no último dia 26, Estados Unidos e Coréia do Sul se enfrentaram no Allianz Field, em St. Paul, Minnesota. Ao contrario do embate anterior, quando o placar não se movimentou, as redes balançaram por 6 vezes na noite desta terça-feira, todas elas a favor da equipe da casa. Mas a vitória e os gols ficaram em segundo plano. Todos os holofotes estiveram nela, Carli Lloyd, que fez seu último jogo vestindo a camisa da seleção.
CARLI LLOYD
Lloyd, hoje com 39 anos, serviu o conjunto nacional por 17 deles, entrando para a história do mesmo. Segunda jogadora que mais atuou pelos Estados Unidos, a atacante entrou em campo por 316 vezes, tendo marcado 134 gols, número que a coloca como a terceira maior artilheira de seu país e a quarta de todo o mundo na história.
Sua vitoriosa caminhada com a camisa vermelha, branca e azul se iniciou em 2005. Desde então, ajudou seu país a conquistar duas medalhas de ouro olímpicas (2008 e 2012), bem como duas Copas do Mundo (2015 e 2019). No âmbito individual, Lloyd também acumulou prêmios. De forma notável, foi eleita a Melhor Jogadora do Mundo da FIFA em 2015 e 2016, bem como venceu a Bola de Ouro da Copa de 2015.
Lenda do jogo, a atleta recebeu uma série de homenagens da US Soccer (Federação dos Estados Unidos) ao longo da semana. Antes da bola rolar, na presença de seus familiares, foi presenteada com uma camisa simbolizando seus 316 jogos pela seleção.
A emocionante despedida dos gramados veio no minuto 66 da partida, quando a consagrada camisa 10 foi ovacionada pela última vez pela apaixonada torcida estadunidense. Ao final do jogo, Lloyd discursou de forma final, agradecendo toda a equipe, comissão, funcionários, torcedores e sua família.
O JOGO
A equipe da casa começou pressionando as sul-coreanas e abriu o placar logo aos 9 minutos. Sophia Smith, atuando como ponta direita, foi lançada em velocidade por Andi Sullivan. A atacante observou Lindsey Horan livre na entrada da área e completou a assistência. Horan finalizou, a bola desviou na zagueira e tirou as chances de Kim Jung-Mi.
Carli Lloyd era o alvo favorito das companheiras em busca do gol. Mas a atacante não obteve sucesso para encontrar o caminho das redes na primeira etapa. Sua melhor chance veio de chute de fora da área, aos 27 minutos, mas a goleira estava atenta para executar a defesa.
Um dos destaques dos Estados Unidos foi Mal Pugh. A atacante botou fogo pelo setor esquerdo. Muito veloz e vertical, Pugh era boa opção em profundidade, assim como servindo, da linha de fundo, suas companheiras. Aos 29 minutos, em chute de fora da área, esteve perto de marcar seu gol.
O segundo gol da partida saiu no último minuto da primeira etapa. Catarina Macario, que vinha se movimentando bem pelo campo e se apresentando na construção das jogadas, cobrou escanteio no primeiro pau, na cabeça de Sullivan. A volante deu uma “casquinha” na bola, que acabou desviando em Cho So-hyun, que mandou contra o próprio patrimônio.
Lloyd teve sua chance final para marcar aos 53, quando recebeu cruzamento de Pugh e cabeceou em direção ao gol. Mas a bola não tomou o destino desejado.
As mudanças de Vlatko Andonovski tiveram participação direta no aumento do placar. Tudo começou aos 69 minutos, quando Megan Rapinoe, em enfiada belíssima, colocou Alex Morgan na cara do gol. A atacante não desperdiçou. Não contente com a assistência, Rapinoe anotou o seu aos 84, aproveitando bom cruzamento de Emily Sonnett pela direita.
Rose Lavelle, que havia entrado na peleja ao longo da segunda etapa, buscou incessantemente seu gol. Tentou por algumas vezes arrancadas em velocidade finalizando de fora da área, mas não acertou o alvo. No entanto, aos 88 minutos, recebeu lançamento de Morgan e bateu na saída da goleira, marcando o quinto gol da equipe.
Já nos acréscimos, Tobin Heath fez bela jogada individual conduzindo a bola e deu passe açucarado para Lynn Williams. A atacante chutou na saída da arqueira sul-coreana e deu números finais ao confronto.
DESTAQUES FINAIS
A seleção estadunidense atuou melhor neste segundo amistoso. A presença de Andi Sullivan como primeira volante foi ponto de equilíbrio positivo no setor central. Dessa forma, Lindsey Horan pode atuar com mais liberdade pelo setor de ataque. A presença de duas pontas velozes, Sophia Smith e Mal Pugh, desde o princípio, ajudou a equipe a quebrar com maior facilidade as linhas de marcação da Coreia do Sul.
A equipe visitante se apresentou pior do que no primeiro confronto. As sul-coreanas não conseguiram a mesma eficiência na marcação e seu setor de ataque foi praticamente inexistente.
Carli Lloyd tentou de todas as formas sair de campo com um último gol pela seleção. Mas a sorte não a acompanhou. Vale lembrar que a atleta ainda não aposentou de forma definitiva dos gramados, já que continua atuando pelo seu clube, o Gotham FC, na NWSL. A aposentadoria completa virá quando a temporada atual terminar.
FICHA TÉCNICA
Competição: Amistoso Data Fifa
Local: Allianz Field – St. Paul, Minnesota, Estados Unidos
Público: 18.115 presentes
Horário: 21h (de Brasília)
Transmissão: FS1 (Estados Unidos)
Gols: Lindsey Horan, Cho So-hyun (contra), Alex Morgan, Megan Rapinoe, Rose Lavelle, Lynn Williams (Estados Unidos)
Cartão amarelo: Andi Sullivan (Estados Unidos)
ESTADOS UNIDOS: Jane Campbell; Emily Sonnett, Abby Dahlkemper, Tierna Davidson (Becky Sauerbrunn), Emily Fox; Catarina Macario (Rose Lavelle), Andi Sullivan (Tobin Heath), Lindsey Horan; Sophia Smith (Lynn Williams), Carli Lloyd (Alex Morgan) e Mal Pugh (Megan Rapinoe). Técnico: Vlatko Andonovski.
CORÉIA DO SUL: Kim Jung-Mi; Kim Hye-ri (Cho Mi-Jin), Hong Hye-ji, Lim Seon-joo, Jang Sel-ji; Choo Hyo-joo, Lee Young-ju, Choe Yu-ri (Jeong Yeong-a), Cho So-hyun; Ji So-yun e Lee Geum-min (Son Hwa-yeon). Técnico: Colin Bell.