A hora dos playoffs da NWSL: o que esperar?

Reprodução: Twitter/@sandiegowavefc

Neste domingo (16), teremos a arrancada da pós-temporada da NWSL. O grande objetivo das 6 equipes classificadas é disputar o título da Liga no dia 29 de outubro no Audi Field (Washington, D.C.). OL Reign, vencedor do NWSL Shield (temporada regular), e Portland Thorns, 2º colocado, estarão apenas assistindo o desenrolar da primeira rodada dos playoffs. Às 18h (Brasília), o Houston Dash recebe o KC Current, e às 23h, o Chicago Red Stars visita o San Diego Wave. Os vencedores enfrentarão, respectivamente, Reign e Thorns na semifinal.

O que podemos esperar dos confrontos deste final de semana? Confira abaixo uma breve análise das equipes e seus principais destaques.

HOUSTON DASH x KANSAS CITY CURRENT

DASH (seed #4)

Trajetória ascendente no torneio, com algumas oscilações no meio, mas sem perder contato com a zona de classificação. Renasceu sob o comando da auxiliar Sarah Lowdon (dirigiu de forma interina a equipe por conta da suspensão do treinador James Clarkson) e ganhou consistência quando Juan Carlos Amoros assumiu.

Após bater na trave ano passado, a equipe do Texas se classificou pela primeira vez para pós-temporada e promete casa cheia no PNC Stadium. Até o último dia 15, haviam sido vendidos mais de 18.000 ingressos, novo recorde do clube (o anterior era de 13.025).

Vamos aos destaques:

  • O trio de ataque com María Sánchez, Ebony Salmon e Nichelle Prince é fortíssimo. São atletas velozes e que atacam muito bem o espaço, sendo ótima arma em transição e profundidade. Além disso, sem a bola elas exercem papel importante na marcação pressão.
  • Sophie Schmidt é um dos destaques do meio. A canadense faz boa temporada e é peça-chave de sustentação. Ao seu lado, aparece Marisa Viggiano, que vem crescendo no ano. É jogadora que pode oferecer bolas enfiadas, além de chutes de fora da área.
  • Na defesa, Katie Naughton é a lider e peça mais experiente. Caprice Dydasco foi ótima adição ao longo da temporada na lateral direita. A preocupação fica para Allysha Chapman, que é dúvida (problema na perna esquerda). A canadense é uma lateral esquerda mais equilibrada. Caso não jogue, será curioso ver quem será escolhida para função. Vejo 3 possibilidades: Ryan Gareis, rookie, mais ofensiva, e que vem bem quando improvisada na posição (é atacante de origem); Elizabeth Eddy, também mais ofensiva, normalmente trabalha melhor como ala; Natalie Jacobs, mais “equilibrada” do que as duas anteriores, mas rende melhor como lateral direita do que esquerda.
  • A goleira Jane Campbell é boa pegadora de pênaltis. Pode ser bastante exigida caso o jogo não seja resolvido nos tempos regulamentar e extra.
  • Um dos pontos fortes do Houston é a bola aérea ofensiva, com boas batedoras e cabeceadoras.

CURRENT (seed #5)

Ultimo colocado no ano passado, KC Current também jogará seu primeiro playoff. Comandado por Matt Potter, indicado ao prêmio de Melhor Treinador da Temporada, o time, que precisou superar graves lesões de Sam Mewis e Lynn Williams, principais contratações para o ano, teve ótima trajetória ascendente.

Vamos aos destaques:

  • Tem ataque é dinâmico e poderoso formado por Kristen Hamilton, Cece Kizer e Lo’eau LaBonta. As 3 se movimentam bem, com a última normalmente por dentro, caindo no meio, municiando as duas primeiras, que atacam bem o espaço.
  • A experiente Claire Lavogez foi boa adição no meio-campo. A francesa chegou em julho no clube e encaixou muito bem.
  • Current joga com 3 zagueiras e duas alas. Normalmente temos Hailie Mace (ala esquerda) e Katie Del Fava (ala direita) abertas. Ambas cresceram bastante na temporada, especialmente a primeira, que tem figurado nas últimas convocações da USWNT. Mace é veloz, incisiva e finaliza bem de fora da área.
  • Desiree Scott, primeira volante e pilar do meio-campo está suspensa, logo será problema gigante para Potter resolver. Imagino que Alex Loera (rookie, faz ótima temporada de estreia na Liga. Arma forte na bola parada e chutes de fora), que tem atuado como zagueira. será deslocada para o meio (é versátil, então pode jogar nos 2 setores). Assim, uma defensora deverá entrar no time titular. Aposto em Addisyn Merrick ou Taylor Leach.
  • A goleira AD Franch, indicada para o prêmio de Melhor Goleira da Temporada, está em grande fase.
  • Nome que pode mudar o jogo vindo do banco: Elyse Bennett. A atacante, que está em sua primeira temporada na NWSL, começou muito bem o ano e tem o imã para os gols.

SAN DIEGO WAVE x CHICAGO RED STARS

WAVE (seed #3)

A equipe é estreante na NWSL e tem feito uma temporada fortíssima, garantindo participação nos playoffs logo de cara. Casey Stoney, indicada ao prêmio de Melhor Treinadora do Ano, montou um elenco bem equilibrado, o que é um dos diferenciais desse time, que mesmo com alguns desfalques ao longo do campeonato, conseguiu se manter sempre nas primeiras posições, liderando o torneio por várias rodadas.

Vamos aos destaques:

  • Naomi Girma faz ano fantastico em sua estreia como profissional, indicada aos prêmios de Caloura do Ano (Rookie of The Year), Defensora do Ano e Melhor Jogadora do Campeonato, é pilar do sistema defensivo do Wave. Excelente no posicionamento e ágil nas coberturas, ela também se destaca pela qualidade nos pés quando está com a bola.
  • San Diego pode ter 2 desfalques pesadíssimos. Taylor Kornieck (meio-campista) e Alex Morgan (atacante) são dúvidas. A primeira tem um problema no tornozelo e a segunda no joelho. Morgan faz grande temporada. É a artilheira da NWSL e foi indicada ao prêmio de Melhor Jogadora do Campeonato. Kornieck se encontrou sob o comando de Stoney. Atuando como uma segunda volante, a meia se destaca pelos bons passes/lançamentos em profundidade, bem como pelas jogadas aéreas, tanto em duelos defensivos, quanto ofensivos/bolas paradas. Caso não joguem, Wave perderá duas peças-chave e decisivas.
  • Se Kornieck não tiver condições, não será surpresa se o time da casa atuar (em algum momento da partida) com 3 zagueiras. Kristen McNabb é bastante versátil, podendo fazer a zaga, lateral esquerda e volância.
  • A caloura Jaedyn Shaw, de apenas 17 anos, tem tido bastante espaço na equipe. Caso Morgan não atue, é possível que a jovem seja titular. A atacante joga mais pelos lados, mas circula bem na frente, atacando espaços em velocidade.
  • Sofia Jakobsson tem tido ano mais apagado na NWSL, mas é bastante experiente e pode ser decisiva na fase eliminatória, assim como Jodie Taylor.
  • A zagueira Abby Dahlkemper, com lesão muscular, será desfalque. Este um pouco menos pesado, visto que sua temporada não tem sido muito consistente (em termos físicos e técnicos). Kaleigh Riehl, que vem tendo bastante minutos no ano, várias vezes à frente da própria Dahlkemper, será sua substituta.
  • Kailen Sheridan é sinônimo de segurança no gol. Indicada ao prêmio de Melhor Goleira do Ano, a canadense comanda a defesa, é sólida e decisiva. Boa pegadora de pênaltis.
  • Stoney é, na minha visão, a melhor treinadora da temporada. Montou um time “do zero” e o transformou em uma equipe extremamente competitiva e taticamente disciplinada. Para bater o San Diego Wave é preciso de muito estudo e esforço. O conjunto não dá nada de graça.

RED STARS (seed #6)

Última equipe a garantir classificação, o Chicago Red Stars vive temporada conturbada: sofrendo com importantes desfalques por lesões (Tierna Davidson, Kayla Sharples e Kealia Watt) e licença maternidade (Casey Krueger e Sarah Woldmoe), além de precisar lidar com as consequências da crise nos bastidores envolvendo as denúncias contra seu ex-treinador (Rory Dames) por motivo de abuso e as repercussões do relatório da investigação de Sally Yates – veja o vídeo abaixo para entender a situação.

Vamos aos destaques:

  • A melhor atleta do time é Mal Pugh. A atacante, indicada ao prêmio de Melhor Jogadora do Campeonato, é a esperança de gols e criação de chances (soma 17 participações na NWSL = 11 gols e 6 assistências). Ela tem atuado partindo da ponta para o meio (setor onde cai bastante no decorrer das partidas) e é muito perigosa tanto atacando espaço em profundidade, quanto caindo na entrelinha para enfiar bolas para as companheiras. Além disso, é arma importante na bola parada.
  • O meio-campo, setor-chave do Red Stars, é comandado por Danny Colaprico e Vanessa DiBernardo. Experientes e boas passadoras, elas se complementam bem na destruição, função principal da primeira, e construção, foco da segunda. Morgan Gautrat, que vive mais um ano marcado por lesões, está em condições de jogo e poderá ser importante para equipe nos playoffs.
  • Chicago atua em um 3-4-2-1. A defesa foi o setor que mais sofreu no ano devido às perdas (Davidson e Sharples = rompimento do LCA – joelho; Krueger = gravidez). Tatumn Milazzo chamou a responsabilidade e tem liderado a linha com muita solidez. Zoe Morse deve fechar a zaga com Amanda Kowalski ou Arin Wright. Todas são armas perigosas no jogo aéreo.
  • Alyssa Naeher em mais uma temporada sólida no gol da equipe, sempre garantindo defesas salvadoras. Sua experiência em disputas de pênaltis pode ser importante.
  • No comando de ataque as opções têm sido Ella Stevens ou Ava Cook. A primeira normalmente é a titular. Ambas têm bom porte físico e conseguem fazer de forma equilibrada pivô e atacar espaços.

EXPECTATIVA

A lógica é termos dois duelos equilibrados, mas a força da torcida pode fazer a diferença para os mandantes (Dash e Wave). Alguns possíveis desfalques, como Kornieck e Morgan (San Diego) e Scott (Current), podem ser decisivos tendo em vista o grau de importância das atletas para os respectivos times.

Saindo do muro, vejo San Diego Wave (se estiver completo) e KC Current como levemente favoritos nos confrontos.

ONDE ASSISTIR

As partidas serão transmitidas, de graça, nos canais da Twitch da NWSL. Dash e Current será às 18h (Brasília), no NWSLOFFICIAL2. Wave e Red Stars será às 23h, no NWSLOFFICIAL3.

Acompanhe a cobertura completa dos jogos e de todo o playoff da NWSL no perfil do Na Cara Do GOAL no Twitter (@NaCaraDoGOAL), a casa do futebol estadunidense no Planeta Futebol Feminino.

SELEÇÃO DA TEMPORADA REGULAR

O Na Cara do GOAL lançou o time titular da temporada regular, assim como o 2º time. E tem brasileira listada: Debinha foi relacionada como uma das melhores campistas. Vale destacar que a brasileira foi indicada ao prêmio de Melhor Jogadora do Campeonato da NWSL. Confira abaixo:

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