Pós-Olimpíada: 5 nomes da Seleção dos Estados Unidos para ficarmos de olho durante a Data Fifa

Foto: reprodução/Twitter @USWNT
Seleção dos Estados Unidos. Foto: reprodução/Twitter @USWNT

A Seleção dos Estados Unidos (United States Women’s National Team – USWNT) voltará a campo após o desempenho decepcionante nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Durante a Data Fifa de setembro, a equipe fará dois amistosos contra o Paraguai – o primeiro nesta quinta-feira, 16, e o segundo na próxima terça-feira, 21.

No último dia 9, o treinador Vlatko Andonovski convocou o time com poucas novidades em relação ao elenco que esteve presente em Tóquio (imagem abaixo). É notório que o conjunto estadunidense possui média de idade avançada e uma renovação é esperada para os próximos anos – é sabido, também, o peso que as jogadoras experientes têm, então ainda é um mistério como o comandante conduzirá essa troca de geração.

Convocação da USWNT para a Data Fifa de setembro. A meio-campista Andi Sullivan e as atacantes Mallory Pugh e Sophia Smith são as 3 novidades em relação ao elenco que esteve em Tóquio. Foto: reprodução/US Soccer

Favorito ao ouro no Japão, o conjunto estadunidense performou bem abaixo do que se esperava, tendo que se contentar com a medalha de bronze. Algumas ausências importantes abrirão espaço para testes do treinador. Alyssa Naeher (goleira), Julie Ertz (meio-campo), Sam Mewis (meio-campo) e Megan Rapinoe (atacante) estão lesionadas. Christen Press (atacante) pediu dispensa da convocação para focar na sua saúde mental, crescimento espiritual e no processamento do luto. Outro desfalque de última hora é Lindsey Horan (meio-campo). Andonovski anunciou na entrevista coletiva de quarta-feira, 15, que ela, apesar de estar reunida com o grupo, não participará das partidas em virtude de uma pancada sofrida no último jogo de seu time, o Portland Thorns.

Então, nesse texto destacarei 5 nomes que devem receber boa minutagem e podem aproveitar a chance dada. Vale destacar que todas as atletas estão no vídeo que produzi para o canal do Planeta Futebol Feminino no YouTube.

CASEY KRUEGER

Casey Krueger. Foto: reprodução/US Soccer

Diferentemente dos outros nomes que citarei, a defensora do Chicago Red Stars (você pode conhecê-la também pelo seu sobrenome de solteira, Short) já é veterana, com 31 anos. No entanto, é dona de um físico invejável e tem atuado de forma muito regular como lateral nos últimos anos – é destra, mas joga nas duas laterais.

Destaco Krueger pensando, também, em uma peça chave do conjunto estadunidense: Crystal Dunn. Dunn, meia-atacante de origem, atua como lateral esquerda na seleção. Mas seu posicionamento é um desperdício, tendo em vista que sua qualidade ofensiva pode ser vital na criação, setor que foi uma dor de cabeça nos Jogos Olímpicos.

Levando isso em consideração e somando aos vários desfalques no meio-campo, o cenário está favorável para que Andonovski use Dunn no ataque, abrindo vaga na lateral esquerda, que pode ser ocupada, por exemplo, por Krueger (lembrando que a defensora esteve em no grupo que foi para Tóquio).

ANDI SULLIVAN

Andi Sullivan. Foto: reprodução/US Soccer

A atleta do Washington Spirit tem 25 anos e é meio-campo. Hoje, Sullivan é a jogadora que se encaixaria melhor na “função Julie Ertz”, muito por possuir várias valências defensivas, além de ser dinâmica e apresentar bom passe.

Sua ausência em Tóquio foi lamentada por muitos, já que Ertz não estava nas melhores condições físicas e Lindsey Horan, substituta escolhida para a última, não performou bem como meio-campista defensiva. Agora, com o setor central recheado de desfalques, chegou o momento para Sullivan receber chances reais e tentar se firmar no elenco.

Vlatko Andonovski, em entrevista coletiva no último dia 15, deu indícios de que isso pode acontecer. O comandante elogiou as performances da meio-campista pelo seu clube e afirmou que ela terá muitos minutos em campo nas próximas partidas.

CATARINA MACARIO

Catarina Macario. Foto: reprodução/US Soccer

A jogadora do Lyon é considerada por muitos estadunidenses a grande promessa da nova geração. Macario, meia-atacante de 21 anos, esteve nos Jogos Olímpicos com o objetivo, na minha visão, de pegar experiência, tendo recebido poucos minutos em campo.

Agora, a atleta deve começar a assumir responsabilidades maiores e receber chances mais concretas no conjunto nacional. Levando em conta que Megan Rapinoe e Alex Morgan têm apresentado muitos problemas físicos nos últimos anos, e Carli Lloyd se aposentará do futebol no final do ano, é seguro falar que a meia-atacante será peça-chave na renovação do elenco.

Macario tem atuado pelo seu clube na linha de frente, mais centralizada, posição esta que, na minha opinião, eleva seu rendimento. A atleta tem bom físico, boa finalização e um bom drible curto. Acredito que a melhor forma para Andonovski utilizá-la será como uma segunda atacante/falsa 9, com liberdade para movimentar, sair da área e contribuir para a construção do jogo.

No modelo de jogo da Seleção dos Estados Unidos (4–1–2–3 — destacado com mais detalhes no texto “Seleção dos Estados Unidos na Olimpíada de Tóquio), o meio-campo, coração do time, além de construir o jogo, precisa ser muito intenso e taticamente aplicado na marcação, buscando compensar a linha de frente e os lados do campo. No presente momento, não vejo como ideal utilizá-la no setor. Creio que ela ainda precisa evoluir nos últimos aspectos citados.

SOPHIA SMITH

Sophia Smith. Foto: reprodução/Twitter @USWNT

Atacante do Portland Thorns, Smith é outra promessa da nova geração. A atleta de 21 anos sofreu nesse último ano e meio com muitas lesões, o que travou um pouquinho sua evolução, já que não conseguia ter uma sequência de jogos. Essa falta de regularidade acabou comprometendo suas chances de participar da Olimpíada de Tóquio.

Mas foi justamente no período olímpico – a NWSL, Liga de Futebol dos Estados Unidos, não paralisou – que a atacante cresceu de rendimento, conseguindo ficar saudável e ter performances de destaque pelo Thorns. Se conseguir se manter bem, longe das lesões, Smith tende, ao lado da supracitada Macario, a ser peça-chave da renovação do setor ofensivo da USWNT.

A atleta é muito veloz, intensa e tem evoluído taticamente, sendo boa opção para pressionar a saída de bola adversária. Quando o assunto é a finalização e a tomada de decisão, a jogadora ainda precisa evoluir (tem teto para isso), principalmente se tiver mais responsabilidades no conjunto nacional.

MALLORY PUGH

Mallory Pugh. Foto: reprodução/Twitter @USWNT

Apesar de ter apenas 23 anos, a atacante do Chicago Red Stars é uma “veterana” da seleção estadunidense. Pugh esteve no elenco dos Jogos Olímpicos de 2016, bem como no time campeão da Copa do Mundo de 2019.

Pós-mundial, a atleta lutou contra as lesões, não conseguindo regularidade no clube e nem na seleção, perdendo espaço com Vlatko Andonovski. Nos últimos meses, Pugh tem conseguido ficar saudável e, consequentemente, jogar de forma constante, tendo atuações de destaque por seu clube. Fato este que não passou despercebido pelo treinador. O comandante reforçou, em entrevista coletiva no último dia 15, esses pontos positivos e afirmou que eles fizeram a diferença para sua convocação.

A atacante não evoluiu o tanto que seu teto indicava no início de carreira. Mas é muito jovem ainda e, bem fisicamente, pode crescer e receber protagonismo no conjunto nacional. É muito veloz e performa muito bem ofensivamente em jogo de transição. Mas se quiser ter mais destaque no nível internacional, precisa evoluir taticamente, especialmente na fase defensiva.

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