O objetivo do Grêmio é o G4 da elite nacional em 2021 e a contratação de Nathane pode ser considerada uma Carta de Intenções em direção a ele.
Em 2020 as gremistas fizeram história e se classificaram, pela primeira vez, para as oitavas de final do Brasileiro Feminino A1. Uma equipe que se destacou principalmente pela capacidade de se defender e pela resiliência em jogos grandes, onde conseguiu pontos importantes, e até um pouco improváveis. Entretanto, nem tudo foi positivo. A dificuldade em Gerar Situações de Gol, seja em ataques construídos desde de trás ou em contra-ataques, foi um problema visível por todo ano de 2020.
Uma forma de evidenciar isso é quando comparamos a média de Finalizações no Alvo das Imortais no Brasileiro A1 de 2020, notamos que a equipe de Patrícia Gusmão finalizou em gol apenas 3,5 vezes por jogo, menos que adversários que não se classificaram para as oitavas como São José (4,3), Flamengo (5,8), Minas (6) e Iranduba (4,7). Nathane pode ajudar a aumentar esta média, porém a bola precisa chegar e, em 2020, a bola pouco chegou em boas condições de finalização para as jogadoras mais avançadas do Grêmio.
Na última temporada, a equipe atacou com transições rápidas em 4-2-3-1 e se defendeu em 4-4-2, recuando para um bloco médio ou baixo, geralmente esperando no próprio campo e buscando sair rapidamente em velocidade, principalmente pelo seu lado esquerdo com Gisseli.
O Mercado
Para 2021, Nathane é com certeza a principal contratação da nova temporada até aqui e abre possibilidades ainda maiores para o ambicioso e público plano gremista. Podemos dizer a camisa 9 é muito completa para a posição de centroavante trabalhando em diversos contextos, seja sozinha ou em dupla de ataque, como uma pivô de costas ou atacando espaços em velocidade, além de ser uma jogadora muito competente em todos os tipos de finalizações (de perto, de longe, cabeceando, etc…).
Sobre as demais contratações, o Grêmio faz um interessante mercado quando falamos de peças para o ataque. Maiara Lisboa ex-Corinthians, é um bom exemplo, uma meia atacante que gera muitas situações de gol, trabalha muito bem por dentro como uma Camisa 10, geralmente com tabelas rápidas de primeira, e próxima à centroavante. Outro exemplo é o retorno de Gabizinha, que fez a temporada de 2020 no Atlético Mineiro, uma ponta de muito drible e velocidade e que vai agregar muito ao elenco que conta ainda com as jovens Gisseli, Eudemilla, Íris, Jé Alves e Letícia Marques. O meio de campo segue contando com Mariza, Pri Back, Kika, Jane, Tchulla, Mayara e a chegada da jovem Rafaela Levis. A preocupação atual fica para o setor defensivo que foi destaque em 2020, Isabela e Sinara seguem pela lateral direita. A jovem lateral esquerda Vitória Kaíssa, ex-Palmeiras, também é um bom reforço e chega para substituir a saída de Rebeca Prado. Entretanto, as zagueiras Ana Alice, Bruna Flor e Yasmin Cosmann deixaram o grupo que agora conta oficialmente apenas com Andressa, Beta e Patrícia Maldaner que chegou para compor o elenco do Sub-18, mas provavelmente será aproveitada na equipe principal. Além disso, falasse também nos bastidores da chegada de uma zagueira experiente e com passagens por Seleção Brasileira, Portugal e grandes clubes do Brasil. No gol, Lorena e Raissa seguem sendo as principais opções para 2021 até aqui.
O acréscimo de qualidade ao elenco tricolor é visível, mas a temporada de 2021 promete trazer desafios ainda maiores do que 2020.