Com gafe e sem muitas novidades, Vadão atendeu aos jornalistas presentes
Depois de anunciar os nomes que estarão na França em junho, o treinador Vadão e o coordenador da Seleção Feminina Marco Aurélio Cunha concederam entrevista coletiva para dezenas de jornalistas.
EXPECTATIVAS PARA A COPA
Para Vadão, o Brasil chega ao Mundial com pretensões de título e com grande otimismo, apesar de um aumento significativo da qualidade das outras seleções ao redor do mundo.
Aos 41 anos, Formiga foi convocada e jogará sua sétima Copa do Mundo, recorde absoluto no esporte. Sobre a meia, Vadão contou que fez um esforço muito grande e pediu pessoalmente para que Formiga retornasse à seleção. “A Formiga é um dos maiores exemplos que nós temos no mundo. Ela completou 41 anos e renovou seu contrato por mais um ano com o PSG”, disse o treinador, que ainda completou dizendo que a atleta “é uma grande referência e não podia ficar fora”
Sobre os adversários da Seleção no grupo, Vadão cometeu uma gafe que repercutiu muito pelo Brasil e no mundo. Ao falar da Jamaica, ele afirmou que “é uma equipe que não foge da característica do futebol africano, uma equipe muito forte, muito veloz, com boa estatura”. A Jamaica, no entanto, fica na América Central, e disputa as eliminatórias da CONCACAF. Sobre a declaração, a assessoria da CBF afirmou que o técnico sabe que a Jamaica não fica na África e se confundiu na fala, querendo apenas fazer uma comparação com o estilo de jogo.
Com 15 jogadoras que também jogaram a Copa do Mundo de 2015 com Vadão, que manteve uma base, o treinador disse que a comissão acredita muito nessas atletas, mas também fez uma boa mescla com jogadoras jovens, como Adriana e Geyse. Segundo ele, a maior lição tirada da última Copa é que, em uma competição como essa, o time não pode se dar ao luxo de jogar mal durante um período da partida. “Tem que ter uma regularidade muito grande, um poder de concentração durante os 90 minutos”, afirmou.
OS RESULTADOS RUINS
O desempenho da Seleção Feminina durante os últimos jogos foi tema muito questionado ao treinador. Para Vadão, o que fez com que o Brasil tivesse jogos tão ruins foi a falta de treinamento. Segundo ele, não houve tempo para preparar o time para as partidas amistosas. Como resultado disso, a seleção teve um recorde negativo de 9 derrotas no último ano.
Na Olimpíada trabalhamos 1 ano com a seleção permanente com a CBF investindo muito pra que a gente chegasse como chegamos, bem treinados, fisicamente fortes, taticamente bem, então tínhamos o privilégio de estarmos juntos treinando. Nesse período desses resultados negativos a gente jamais treinou, a gente se apresentava no local e depois de dois dias jogava. As vezes treinava no primeiro dia, as vezes não, e tentava armar a equipe um dia antes.
Vadão, em resposta a Renata Mendonça, do blog Dibradoras.
Vale ressaltar que a seleção brasileira no início do ano passou por duas fases de treinamento na Granja Comary e em Itu, interior de São Paulo. Somando as duas, o treinador teve 40 dias de treinamento. Nem todas, no entanto, com 100% das jogadoras disponíveis por conta do calendário de seus clubes.
Apesar desses resultados ruins, Vadão se mostrou tranquilo e com respaldo da direção da CBF. Segundo ele, o presidente da entidade demonstrou total confiança em seu trabalho.
AS AUSÊNCIAS
As zagueiras Rafaelle e Bruna Benites foram ausências na convocação por conta de problemas físicos. Segundo o treinador, a comissão técnica fez todos os esforços possíveis para recuperá-las a tempo, mas não foi possível. Já Fabiana Baiana, Cristiane e Bia Zaneratto, que também sofreram com lesões há pouco tempo e estão na lista, a expectativa as recuperações sejam feitas sem maiores problemas.
Além das lesionadas, o treinador foi muito questionado sobre a não convocação de atletas que vem jogando bem nos últimos meses, como é o caso da meio campista do Corinthians Gabi Zanotti. Para Vadão, a ausência da Zanotti se dá por uma série de fatores, como por exemplo “já ter jogadoras com a mesma característica no elenco”. O treinador também afirmou que Gabi faz parte de uma lista extra, uma espécie de jogadoras em espera caso sejam necessárias mudanças no plantel.
A ausência da jogadoras do Santos, atual líder do Campeonato Brasileiro, também foi sentida. Sobre isso, Vadão usou Tayla como exemplo, pois a atleta foi convocada quando ainda era jogadora das Sereias. Já Maurine, segundo ele, foi contatada durante o processo preparatório, mas escolheu não defender mais defender a Seleção Brasileira
Agora, as 23 selecionadas passarão por um período de 15 dias de treino em Portugal visando a competição. A Seleção Brasileira estreia na Copa do Mundo da França no dia 09 de junho contra a seleção da Jamaica.
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