Pia Sundhage é apresentada e CBF promete revolução no futebol feminino brasileiro

A nova técnica da Seleção Brasileira Feminina, Pia Sundhage, foi apresentada nessa terça-feira (30) na sede da Confederação Brasileira de Futebol, no Rio de Janeiro.

De contrato assinado desde segunda-feira (29), foi a hora de Pia se encontrar com jornalistas e dar suas primeira entrevista no cargo. “Eu respiro futebol. Esse é um grande passo para mim e eu sinto muito orgulho. Fico feliz de olhar ao redor e ver a alegria e a expectativa de todo. Estou muito animada,” disse a sueca.

Durante a apresentação, o presidente da CBF, Rogério Caboclo, ressaltou que Pia terá carta-branca para revolucionar o futebol feminino brasileiro, sendo responsável por supervisionar o desenvolvimento das categorias de base, em um processo de integração. “Posso adiantar algumas perguntas. Se em algum momento o futebol feminino não foi, ou não pareceu, prestigiado, a partir de hoje será,” reforçou Caboclo em seu discurso.

Pia admitiu que ainda precisa se familiarizar com o processo de desenvolvimento do futebol feminino no Brasil, que começa com o primeiro contato das crianças com o esporte. Ela se reunirá ainda na noite de terça-feira para discutir cronograma e receber relatórios sobre campeonatos e atletas.

O contrato da sueca é de dois anos, com opção por mais dois. Nesse tempo, ela espera trazer com sua experiência a mentalidade americana e a organização tática sueca, aliando com a qualidade técnica das jogadoras brasileiras. Pia reforçou que seu estilo de jogo é de posse de bola, construção de jogadas e intensidade. Pra isso, ela espera das jogadoras um grande comprometimento com a parte física. “Acredito que o Brasil tem jogadoras tecnicamente capazes para executar esse plano de jogo,” disse a técnica.

Sobre renovação, a técnica admitiu que é preciso ter muita coragem, e que o Brasil “vive uma situação semelhante a da Suécia”. Pia pretende contar com Marta, a quem reconheceu como uma das referências do futebol brasileiro, assim como Pelé, porém deixando claro que “todos os times tem suas estrelas, mas é o grupo, o time, que conquista as vitórias e títulos”.

Crédito: Thais Magalhães/CBF

Histórico

A sueca de 59 anos assume a Seleção Brasileira para dar início a um novo ciclo, com foco nas Olimpíadas de 2020 e renovação do elenco. Como jogadora, Sundhage se destacou em seu país natal entre o final dos anos 1970 até os anos 1990. Pela seleção sueca, disputou 146 partidas, marcando 71 gols. Sua carreira como técnica começou enquanto ainda era jogadora, quando entre 1992 e 1994 comandou e jogou pelo Hammarby IF DFF. Depois disso, foi auxiliar técnica de mais três times até assumir o comando do Boston Breakers em 2003, que na época disputa a WUSA nos Estados Unidos.

O grande momento da carreira de Sundhage veio no comando da seleção dos Estados Unidos. Ao assumir em 2008, pegou um time que estava marcado por polêmicas internas após a eliminação na Copa do Mundo de 2007, justamente para o Brasil. Sob o comando da sueca, os Estados Unidos venceram as Olimpíadas de 2008, foram vice-campeãs do mundo em 2011, e conquistaram mais um ouro olímpico em 2012.

Ainda em 2012, Sundhage assumiu o comando da seleção da Suécia, cargo que deixou em 2017 depois da conquistar da prata olímpica em 2016. Desde então, Pia estava a frente da seleção sueca sub-17.

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