Olimpíada com mais mulheres da história mostra que a mudança pode até demorar, mas é possível e necessária

Foto: Sam Robles/ CBF

Começou na última a edição dos Jogos Olímpicos com o maior número de mulheres da história. Com o COI calculando 49% de atletas femininas atuando em Tóquio, esta será a primeira vez em que as Olimpíadas terão um equilíbrio entre homens e mulheres. Em busca de mudança, o próprio Comitê Olímpico Internacional e marcas, como a Vivo, têm feito ações buscando a mudança.

Historicamente, mulheres têm sido minoria nos Jogos Olímpicos. Na primeira edição dos Jogos Olímpicos, em Atenas, em 1896, elas foram banidas. Com o passar do tempo, a participação feminina foi crescendo: em 1900, havia 22 atletas mulheres de um total de 997. No Rio, em 2016, elas representaram 45% em um universo de mais de 11 mil competidores.

Apesar das melhorias, a participação feminina ainda encontra muitos obstáculos. Uma das maiores críticas em relação ao COI (Comitê Olímpico Internacional) é que, apesar de haver vagas para mulheres, elas ainda não recebem as condições para desempenhar o que podem.

Isso começa no próprio Comitê Olímpico. Enquanto nas Olimpíadas existe um balanço, não acontece o mesmo dentro do COI. Hoje, apenas cerca de 37.5% de mulheres ocupam posição de liderança por lá.

Outro problema é a falta de visibilidade na mídia esportiva. Segundo pesquisa feita pela UNESCO, apenas 4% de todas as matérias publicadas são sobre atletas femininas. Com o balanço entre os gêneros entre os competidores, este número fica ainda mais preocupante.

Pensando nisso, a Vivo resolveu entrar em campo, buscando fazer algo efeito para que o avanço aconteça de forma mais rápida. Desta forma, criou a empresa criou um bot, o @4porcento_bot, que, quando mencionado, entrega uma notícia sobre um esporte feminino.

Com uma maior disseminação das notícias sobre os esportes de mulher, a intenção é naturalizar e colocar no nosso cotidiano o hábito de consumir notícias de modalidades femininas.

Do lado dos organizadores das Olimpíadas, os Jogos de Tóquio tiveram um calendário especial, com um cronograma feito com o objetivo de garantir uma visibilidade igualitária entre os gêneros.

Além disso, pela primeira vez na história todos os 206 Comitês Olímpicos Nacionais precisaram ter ao menos um atleta homem e uma atleta mulher em sua delegação. O COI também autorizou que todos os países tivessem dois porta-bandeiras na cerimônia de abertura, desde que fosse um homem e uma mulher.

Outro ponto que está sendo mudado para ter maior representatividade feminina é o aumento de modalidades mistas. Dessa forma, vamos caminhando lentamente, mas indo em direção à mudança.

O futuro

O COI promete que, aos poucos, pretende mudar isso. O próximo passo é em relação aos treinadores: atualmente, só 10% dos membros das comissões técnicas são mulheres.

Depois de 28 edições dos Jogos Olímpicos de Verão, é possível perceber o quanto já avançamos. Mesmo assim, o caminho ainda é longo, tem obstáculos e, muitas vezes, decepções. O mais importante é seguirmos nessa luta para que, assim, cada vez mais mulheres subam no topo do pódio.

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