[FIFA] Marta: uma grande responsabilidade vem com a conquista desse prêmio

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Marta é a Melhor Jogadora do Mundo de 2018 pela FIFA. A brasileira (32) venceu Ada Hegerberg e Dzsenifer Marozsan para alcançar o maior prêmio individual do futebol feminino.

O prêmio coroa Marta como a melhor do mundo pela sexta vez, e marca uma carreira que já dura quase duas décadas. O site da FIFA conversou com Marta momentos depois dela receber o troféu em Londres.

FIFA: Parabéns Marta, você é a Melhor Jogadora do Mundo de 2018. Como se sente?

Marta: Estou muito feliz. Tem sido uma noite incrível, mas ao mesmo tempo, percebo a grande responsabilidade que vem com esse prêmio, que é de sempre buscar e alcançar o seu melhor. Mas sim, estou feliz.

FIFA: É a primeira vez que você ganha o troféu The Best. Já pensou onde vai guardá-lo?

Marta: Pode ter certeza que tem um lugar especial na minha casa para todos os prêmios que já ganhei. Desde a primeira medalha, quando eu era uma garotinha na escola! Vou separar um cantinho especial para esse troféu.

FIFA: Deve ser muito emocionante estar aqui de novo depois de ser nomeada, mas não ganhar o troféu na temporada passada.

Marta: É um momento mágico na sua vida. Que atleta não gostaria de estar entre grandes nomes e competir por um prêmio de tanto prestígio como esse. As vezes, em alguns momentos, as palavras não conseguem representar o quanto estamos felizes. Hoje, porém, acho que fui capaz de segurar um pouco as lágrimas no final do meu discurso.

FIFA: Foi uma disputa difícil entre as três nomeadas esse ano.

Marta: Ada e Dzsenifer são duas grandes atletas, com tantas qualidades, que fizeram grandes temporadas com seus clubes. Elas jogam junto, o que acho que as ajuda a crescer individualmente. Elas estão aqui porque trabalharam pra isso, merecem. Fico muito orgulhosa de ter competido com elas por esse prêmio.

FIFA: Como você se mantém nesse nível, depois de tanto tempo? É porque você treina mais que as outras, é um pouco de sorte, é mágica?

Marta: Um pouco dos três! Eu não treino mais que as outras, mas vou te dizer: todos os dias quando vou treinar, eu quero ser a melhor. Quero ter o melhor chute, quero correr mais rápido, quero cabecear melhor, quero chegar primeiro em todas as bolas. Quero que as outras pessoas olhem pra mim e pensem “por que ela ainda tem tanta vontade de jogar futebol depois desse tempo todo e de ter ganhado tantas coisas?”. Porque eu sei que projetando essa atitude e buscando isso, eu vou encontrar algo novo para aprender todos os dias.

FIFA: Tem algum momento, depois de ganhar tantos prêmios, que você não fica mais animada ou surpresa?

Marta:  Quando o dia chegar, que eu não sentir mais a emoção que sinto, a vontade e o desejo de estar aqui toda vez, de ser nomeada entre as melhores, de competir por um prêmio que representa o mais alto nível, se eu não sentir isso mais, se eu não ficar nervosa antes de ser entrevista nas premiações, ou me emocionar durante, talvez vai ser porque a hora de parar chegou pra mim, hora do futebol parar de ser o centro do meu mundo. Mas eu ainda sinto tudo isso em cada ocasião, eu realmente sinto. É minha vida, desde que eu tinha 6 anos de idade.

FIFA: Claro, a maior competição do futebol feminino, a Copa do Mundo, não está muito longe. Já ficou algumas noites sem dormir?

Marta: Tenho pensado mais e mais sobre isso. Quando estou com a Seleção, quando temos amistosos, a ansiedade volta. A vontade de conquistar algo maior, a lembrança de momentos que vivemos nas últimas Copas… Mas acima de tudo, a alegria por saber que logo mais, teremos mais uma chance de jogar uma Copa do Mundo.

FIFA: Ainda tem alguma coisa da Marta que ainda não vimos, e que poderemos ver na França na próxima Copa do Mundo?

Marta: Até eu quero ver algo especial! Primeiro, espero chegar motivada, me sentindo bem, mentalmente focada, porque quando você está bem mentalmente, as coisas acontecem mais naturalmente. Mas sim, quero ver algo especial na França!

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