Cariocas e Catarinenses disputam pela primeira vez na história uma decisão em uma competição a nível nacional, jogos ocorrem nos dias 24 e 31 de Janeiro
Para marcar o final da temporada de 2020 para o futebol feminino na categoria adulta a nível nacional, temos a partir deste domingo (24), o primeiro jogo da final do Brasileiro Feminino A2, uma das competições mais plurais e diversas que temos no território brasileiro, pois temos representantes de quase todos os estados do Brasil e com as mais diferentes histórias e com muita tradição.
Napoli e Botafogo são os finalistas da quarta edição, para que as duas equipes chegassem até esta fase, tiveram caminhos difíceis: a “surpresa” da competição, o Botafogo fez uma primeira fase com muitas oscilações- esteve no grupo E e enfrentou Goiás, Vasco, Real Brasília, Atlético Mineiro e Vila Nova-, em cinco jogos foram 10 pontos, somando 3 vitórias, 1 empate e 1 derrota, a única das Gloriosas até o momento.
Já na fase final, o Botafogo virou a chave e assumiu uma outra postura e foi isso que fez com que a equipe chegasse até a final. Mateus Schuler, um dos colaboradores do De Primeira e Analista do Pernambutático, fez uma pequena análise do time carioca: “O Botafogo fez algo que muitos times deveriam fazer. A primeira fase pode não ter sido muito regular, mas girou a chave e tratou o mata-mata como outro campeonato”.
E realmente a mudança de mentalidade fez toda a diferença: até o momento, contando a partir das oitavas de final, o Botafogo foi o que teve a melhor pontuação: de seis jogos disputados foram cinco vitórias e apenas um empate, foram 16 dos 18 pontos possíveis conquistados. Nas oitavas de final enfrentou o Foz Cataratas e ganhou os dois jogos- o de ida por 2 a 1, fora de casa e o de volta por 1 a 0. Nas quartas de final, enfrentou o Ceará e ganhou os dois jogos: o de ida, em casa, por 2 a 1 e o de volta por 1 a 0, placar este feito com menos de 1 minuto, o que se manteve até o final da partida.
Na semifinal, pelo chaveamento, enfrentou o Bahia, até o momento era a equipe com a melhor campanha da competição e o único nordestino na primeira divisão em 2021, e empatou o primeiro jogo, em casa, por 1 a 1, com os dois gols marcados apenas no segundo tempo, um aos 40′, pelas Gloriosas e o empate marcado por Giovânia, aos 47′. Já no jogo de volta, Botafogo ganhou por 2 a 1, conquistando a vaga para a final. Em 11 jogos, as Gloriosas somam 8 vitórias, 2 empates e 1 derrota.
Já pelo outro lado, temos um clube da cidade de Caçador, de Santa Catarina, da mesma cidade do Avaí/Kindermann, time que foi finalista do Brasileiro Feminino A1 e foi vice-campeão. Na primeira fase, o time catarinense terminou na primeira colocação, com 15 pontos conquistados, com cinco vitórias em cinco jogos.
A partir das oitavas de final,o Napoli somou duas vitórias e quatro empates-nas oitavas enfrentou o Real Ariquemes e empatou o primeiro jogo por 1 a 1 e o segundo jogo ganhou por 3 a 0, nas quartas de final, o Napoli ganhou fora de casa do Juventus por 4 a 2, depois de estar perdendo por 2 a 0 e no jogo de volta empatou em 2 a 2.
Na semifinal, teve um dos jogos mais difíceis, enfrentou o Real Brasília e empatou os dois jogos, o primeiro por 0 a 0, em Brasília e em Santa Catarina foi 1 a 1, e nos pênaltis, o Napoli ganhou por 5 a 4. No total, foram 11 jogos, 7 vitórias e 4 empates. Analisando um pouco a trajetória do time catarinense, Mateus acrescenta: “ Napoli já figurava como um dos favoritos, muito pela boa gestão do futebol em Caçador”.
Os jogos da final ocorrem nos próximos dois domingos, as 16h, com transmissão da TV Band e também da CBF TV. Dois times que confirmaram o seu favoritismo durante a competição, irão realizar dois jogos muito bons, e Mateus conta que a expectativa para a final é positiva: “ As cariocas estão melhorando o desempenho a cada jogo do mata-mata, superando times até então invictos e sem intimidar com nada. As catarinenses ainda não foram derrotadas, mas possuem valores individuais que contribuem para um coletivo bastante entrosado”.
Pequeno Histórico do Brasileiro Feminino A2
Criado em 2017, o Brasileirão Feminino A2 chega a sua quarta edição em 2020/21. Tem equipes de praticamente todos os estados, os quatro melhores classificados das fases finais, que chegam à semifinal, se garantem no Brasileiro Feminino A1. Em 2020, teremos o quarto campeão inédito, confira abaixo os campeões:
2017- Pinheirense (PA)
2018- Minas Brasília (DF)
2019- São Paulo (SP)
Inclusive, a primeira técnica a ganhar um título de uma competição nacional é Aline Costa, que foi campeã com o Pinheirense em 2017, e é reconhecida por seu bom trabalho no estado do Pará no futebol feminino. Atualmente, ela comanda o time do Paysandu, que foi vice- campeão estadual de 2020, perdendo a final para o ESMAC por 4 a 0.