França vence por 1 a 0 o Brasil e mantém invencibilidade histórica

Após o empate com a seleção holandesa, o Brasil de Pia Sundhage vai para a segunda sua segunda partida dentro do Torneio da França, e contra as donas da casa, com várias mudanças no 11 inicial e esboçando um 1-4-4-1-1 (1-4-2-3-1).

Barbara retorna ao gol, Letícia Santos e Tamires, as laterais titulares, também iniciam, as velozes Tayla e Daiane na zaga, Luana, a melhor em campo contra a Holanda e que havia jogado na lateral direita na estreia, retorna ao meio campo e compõe a dupla de interiores com Formiga, Andressa Alves e Bia Zaneratto jogam pelas extremas e, a maior novidade, Andressinha, atuando como uma enganche, uma jogadora livre para flutuar na entrelinha, para circular pelo campo, sendo a responsável pelo passe final, e com liberdade para pisar na área, com Cristiane sendo a centroavante de referência.

Pelo lado Francês, alguns testes, no habitual 1-4-3-3, Peyraud-Magnin foi a goleira titular, Renard e Tounkara na zaga, Perisset na lateral direita e Karchaoui na esquerda, Bilbault sendo a volante a frente da defesa, as interiores Dali pela direita e Majri pela esquerda e no ataque, Le Sommer e Cascarino nas pontas com Gauvin no comando do ataque.

Dentro da idéia das equipes dentro do jogo, é difícil dizer que o Brasil se preparou desejando contra-atacar por 90 minutos como se viu, já que, na escalação, a única opção com características de velocidade era Bia Zaneratto, que atuou pela ponta esquerda. Contudo, foi o que restou a seleção brasileira já que a França impôs seu modelo de jogo, iniciando com um ritmo muito alto na partida. Muita intensidade, pressionado a saída de bola brasileira e, quando recuperava esta bola, mantinha uma posse da bola agressiva, sempre buscando rasgando passes quando possível.

A França iniciava as jogadas desde traz e com bola no chão, com as extremas alargando o campo, as zagueiras Renard e Tounkara tinham como principais apoios as laterais, a volante Bilbault e a goleira Pyeraud, que demonstrou ter uma boa relação com a bola. A ideia da treinadora Corinne Diacre passava por circular a bola rapidamente e expor as laterais brasileiras em situações de 1 x 1 sem cobertura. E dentro deste contexto bem executado, foram 30 minutos muito difíceis para as laterais brasileiras que tinham pouco suporte para compensações por parte de Andressa Alves e Bia, e se viam obrigadas a enfrentar as extremas francesas nestas situações de 1 contra 1 constantemente. Cascarino, que iniciou pela ponta esquerda (mas trocava de lado com Le Sommer), e foi a jogadora que mais gerou problemas para Tamires e Letícia (esta que deixou o campo lesionada com 36 minutos de jogo). Apesar do esforço, Tayla e Daiane foram muito acionadas se vendo na necessidade de se desgarrar da última linha para combater possíveis infiltrações de Le Sommer, e das meias francesas, executar coberturas, além de bolas alçadas na área constantemente.

No primeiro tempo, o Brasil chegou em duas bolas paradas, mas dentro da tônica do jogo, pouco atacou, e pouco conseguia ligar os 3 setores do campo com qualidade, verdade que, nas oportunidades em que conseguiu quebrar as linhas francesas, logo faltas táticas eram cometidas evitando a chegada do brasil em transição no terço final.

Marta e Debinha entram no intervalo, atuando nas pontas, e aos 55 minutos vem o gol francês, pelo lado direito da defesa brasileira, a frança encontra espaços na entrelinha brasileira e aciona Majri nas costas da então lateral direita Antonia, Tayla não consegue cobrir a tempo e em bola cruzada, Gauvin sozinha cabeceia para o chão, no meio do gol, em um lance muito rápido, mas que gerou o debate nas redes sociais sobre uma possível falha da goleira Bárbara.

individualmente, Luana foi bem novamente, vencendo a maioria dos duelos individuais e dando o passe da melhor chance brasileira no jogo finalizada por Duda. As zagueiras jogaram com margem de erro zero e, na primeira grande falha de posicionamento, fora punidas com o gol francês. Andressinha jogou toda a partida, e devido a sua técnica apuradíssima somada as suas deficiências defensivas, foi testada mais próxima do gol, mas com total liberdade para circular, ainda assim, com um Brasil que pouco conseguiu gerenciar a bola no terço final, pouco fez em campo, assim como Andressa Alves no primeiro tempo e Marta no segundo.

Foram 90 minutos de total controle da seleção francesa, com e sem a bola. Se já percebemos uma seleção brasileira mais organizada defensivamente e mais resiliente nos momentos de dificuldade, ainda há muito a se trabalhar. Tamires continua sofrendo sobrecarregada defensivamente pelo lado esquerdo em jogos grandes, assim como foi a Era Vadão, A ligação entre os setores também segue sendo um problema, nem tanto pelos escalados no meio campo, mas sim pela falta de apoios, na circulação ainda lenta no gerenciamento da posse da bola e no pós-perda brasileiro que segue não encaixando contra as grandes potências, obrigando assim a seleção brasileira a correr para trás.

Resta o último amistoso contra o Canadá, no dia 10 de março, veremos quais serão as jogadoras testadas e o comportamento da seleção brasileira em campo.

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