Entenda o momento crítico que vivem as seleções de base do Brasil

A cada dois anos acontecem os Sul-americanos e Mundiais das categorias de base do futebol feminino. As últimas edições destes campeonatos aconteceram ano passado, com o Brasil conquistando o título tanto no Sul-americano Sub-20, como no Sub-17. Porém, quando falamos em Mundiais não vemos resultados expressivos, as seleções brasileiras acarretam diversas eliminações ainda na fase de grupos.

Em setembro do ano passado o técnico Doriva Bueno e sua comissão foram demitidos do comando da seleção sub-20. Após estar à frente da equipe desde 2014, o treinador conquistou dois títulos do Sul-americano e disputou três Mundiais, no qual acarretou uma vitória, três empates e seis derrotas. Tendo apenas 20% de aproveitamento na principal competição da categoria.

A situação da seleção Sub-17 segue tão dramática como a da sub-20. A equipe estava sendo treinada pelo técnico Luizão desde 2015, porém em matéria realizada pelo site LANCE!, no dia 11 de junho de 2019, o treinador foi identificado como técnico da equipe Sub-17 do Juventus de São Paulo. O que causou estranheza.

Apesar de até agora não ter nenhum comunicado oficial no site da CBF, o Planeta Futebol Feminino entrou em contato com a instituição e a mesma informou que, agora, após a Copa do Mundo da França será oficializado o nome do/a novo/a técnico/técnica da Seleção Brasileira Feminina Sub-20 e Sub-17.

Com isso, Luizão deixa o comando da seleção com um título e um vice no Sul-americano Sub-17. Em Mundiais foram duas participações, em ambas ocasiões o Brasil foi eliminado na fase de grupos. Com isso, configurando 39% de aproveitamento, tendo duas vitórias, um empate e três derrotas, nos seis jogos em que disputou.

Tudo isso acarreta em um momento bastante crítico para as seleções de base, pois estamos em julho e ainda não há planejamentos para ambas as seleções. Algo deveras preocupante, já que o Sul-americano Sub-20 está previsto para acontecer em fevereiro ou março e o da categoria Sub-17 em abril do próximo ano. Ambas competições servem como qualificatório para os Mundiais.

Se formos comparar com o planejamento das seleções de base feminina, em 2017, Doriva e Luizão fizeram suas primeiras convocações entre fevereiro e março. Tendo assim mais de um ano de preparação até uma competição oficial.

Em mais uma comparação, desta vez com o futebol masculino. Em fevereiro, deste ano, o técnico Carlos Amadeu foi demitido da Seleção Masculina Sub-20, pois não conseguiu classificar o Brasil para o Mundial da categoria. Com isso, em abril, André Jardine foi anunciado como novo técnico da Sub-20. A CBF levou cerca dois meses para resolver esta situação.

O Planeta Futebol Feminino contestou a CBF o porquê das seleções de base permaneceram esse tempo todo inativas, porém não recebemos nenhuma resposta por parte da instituição. Deste modo, os/as próximos/as técnicos/as e suas comissões terão menos de um ano, aproximadamente sete meses, de preparação visando a participação no Sul-americano.

Contudo, o Marco Aurélio Cunha, coordenador de seleções de futebol feminino, declarou em diversas entrevistas que a CBF oferece condições iguais para às seleções masculinas e femininas. Porém, até então, este discurso acaba ficando apenas na teoria, já que na realidade vemos um grande descaso com as seleções de base femininas, que estão praticamente abandonadas, enquanto seleções de outros países seguem com suas preparações a todo vapor.

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