Em seu retorno na Champions, Arsenal busca conquistar a competição após 12 anos

Texto e edição: Cathia Valentim, Thiago Ferreira e Rafael Alves

Fundado em 1987, as Gunners são as maiores campeãs inglesas da história, são cerca de 60 títulos conquistados em território nacional, e a única equipe da Inglaterra a conquistar uma UEFA Women’s Champions League, em 2006/07. Desde sua última participação, em 2014, quando perdeu nas quartas de final para Birmingham City, a equipe de Londres não tinha um patamar tão competitivo.

Buscando retornar ao topo no futebol europeu, o Arsenal enfrentará o PSG pelas quartas de final da Champions League que retornará depois da paralisação em função da pandemia de COVID-19, e desde sua última partida oficial, na final da Copa da Liga, onde foi derrotada pelo Chelsea, as Gunners deixaram no ar se a boa temporada poderia influenciar em um sucesso na Champions League.

Algumas mudanças na equipe durante a paralisação do futebol criam as expectativas de um time ainda mais competitivo. Destaque para as australianas Stephanie Catley e a goleira Lydia Willians, peças que foram importantes na mudança de patamar da seleção australiana, e a defensora suíça Noelle Maritz, que depois de 7 anos no Wolfsburg, embarcou para Londres. O Arsenal também apostou na jovem meio-campista, também suíça, Malin Gutm que com apenas 20 anos, tem sido um dos destaques na principal liga no futebol do país atuando pelo Grasshooper, e também pelas seleções de base, além de ter sido nome certo na seleção principal.

Resumo na temporada

As comandadas de Joe Montemurro, tiveram um início de temporada avassalador, tanto na FA WSL, como nas fases inicias da UWCL. Pela liga nacional, lideradas pela goleadora Vivianne Miedema, foram 10 vitórias, 31 gols marcados e 5 gols sofridos no primeiro turno. Já na segunda metade do campeonato, a equipe oscilou bastante e viu seus adversários assumirem a liderança do campeonato. Foram 2 vitórias e 2 derrotas em 4 jogos. Com 9 gols marcados e 7 gols sofridos. A equipe foi goleada pelo Chelsea por 1×4, duelo em que perderam a camisa 10, Kim Little, por uma lesão e foram superadas pelo Man City, de virada, por 1×2. Além de sofrer muito para bater o Liverpool por 3×2. Na FA Cup, as Gunners chegaram a final e mais uma vez na temporada foram superadas pelo Chelsea. A terceira derrota frente às blues, em 3 duelos. Mesmo tendo uma segunda metade de temporada irregular, Miedema terminou o campeonato como artilheira, 16 gols marcados, e líder de assistências, foram 8.

A manutenção de atletas chaves, como Kim Little e Dani Van de Donk, e Viviane Miedema, são as apostas de Joe Montemurro para ter chances na Champions League. (Gavin Ellis/TGS Photo/Shutterstock)

Na UWCL, o Arsenal fez 4 jogos. Onde venceu os 4 duelos. Na fase 16 avos de final, a equipe enfrentou a Fiorentina, e venceu por 6×0, placar agregado. Nas oitavas de final, enfrentou o Slavia Praha e venceu por 13×2, placar agregado. Marcando 19 gols e sofrendo apenas 2 durante a competição. Miedema é a artilheira da equipe e do campeonato com 10 gols e uma assistência, Kim Little é a vice artilheira da equipe com 4 gols e uma assistência.

Miedema é a artilheira da equipe na temporada e da competição com 10 gols (Foto: Getty Images)

Dados da equipe na UWCL 2019/20

4 jogos = 4 vitórias
19 gols marcados = média de 4,8/jogo
2 gols sofridos = média de 0,5/jogo
76 chutes a gols = média de 19/ jogo
31 chutes no gol
31 chutes para fora
14 chutes interceptados
31 tiros de canto = média de 7,8/jogo
16 tiros de canto concedidos = média de 4/jogo

O Arsenal enfrenta o PSG no dia 22, sábado, as 15h, pelo horário de Brasília

Joe Montemurro gosta de um jogo ofensivo, de ter a bola, e partindo desta idéia, o Arsenal trabalha a bola desde as zagueiras até que chegue limpa ao ataque. Williamson, que pode ser zagueira ou volante, é a melhor passadora dentre as jogadoras mais defensivas, se notabilizando principalmente pelo passe longo e é ela a principal responsável pela saída de bola. As laterais atuam abertas, em amplitude e as meias, técnicas e móveis, tem liberdade para flutuar por entre as linhas adversárias. Por características, a equipe procura muitas tabelas rápidas principalmente com Van de Donk e Miedema, além disso, o time se aproveita das conduções de Kim Little, da velocidade das laterais, ou das recorrentes infiltrações de Noobs nos espaços criados pela movimentação da atacante holandesa.

Defensivamente, a idéia é buscar encaixes e pressionar bem alto sempre que possível, mas aqui o ponto fraco da temporada fica visível. A maioria das defensoras é lenta e, jogando em linha alta como de costume, ficam expostas diante de atacantes muito rápidas em contra-ataques. Outro ponto que deixou a desejar na temporada foi a pressão na bola por parte das jogadoras mais avançadas em campo que, por característica, não exercem esta ação tão habitualmente.

Téc.: Joe Montemurro

Craque: Vivianne Miedema
Centroavante holandesa de 23 anos têm muita técnica e inteligência.

Peça Chave: Leah Williamson
Com 23 anos, zagueira e volante é versátil e equilibra a equipe

Wonderkid: Malin Gut
A suíça de 20 anos pode atuar como volante e zagueira e lembra muito Williamson em suas características

Arte: Thiago Ferreira / De Primeira

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