Em entrevista exclusiva para o Planeta Futebol Feminino, a lateral direita Leticia Santos falou sobre suas expectativas em seu novo clube, o SC Sand, atual vice-campeão da Copa da Alemanha.
Por: Bruno Bezerra
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A jovem lateral direita de 22 anos terá um novo desafio nesse ano de 2017: a Allianz Frauen Bundesliga. Após dois anos na equipe norueguesa do Avaldsnes, Letícia é o novo reforço do SC Sand, atual sétimo colocado nessa temporada e que foi vice-campeão da Copa da Alemanha na temporada passada.
Com passagens pelo Palmeiras, XV de Piracicaba, São José e seleção brasileira sub-20 (na qual disputou o mundial em 2014 no Canadá), a jogadora conversou com exclusividade ao Planeta Futebol Feminino sobre suas expectativas em relação a esse novo desafio.
Planeta Futebol Feminino: O que te motivou a acertar com o SC Sand? O fator de ter trabalhado com Colin Bell, atual treinador do Sand foi a principal motivação a acertar essa transferência?
Letícia Santos: O fato do Colin ser o treinador do SC Sand teve influência sim. Sei que ele é um excelente treinador e que posso continuar melhorando e me desenvolvendo com os treinos dele, ainda mais em uma liga considerada uma das melhores do mundo.
PFF: Você é a quarta jogadora brasileira (se junta a lista que tem Cristiane, Bárbara e Ester) a atuar na Frauen Bundesliga. Chegou a conversar com alguma delas sobre a questão de adaptação, estilo de jogo, idioma, clima, etc?
LS: Não cheguei a conversar com elas pois não tenho tanto contato. Mas soube de algumas coisas.Me disseram que são jogos duros, bem equilibrados e não há facilidade em vencer. Espero me adaptar bem no país e no estilo de jogo alemão.
PFF: Existe muita diferença entre o futebol feminino na Noruega e no Brasil? Existem algumas semelhanças entre os dois?
LS: Há um pouco de diferença sim, tanto no estilo de jogo quanto na visibilidade do esporte no país. O futebol norueguês é mais força física, gostam de lançamentos e ligações diretas e é um pouco mais intenso tanto em jogos quanto em treinos pois elas geralmente não cadenciam tanto o jogo quanto nós brasileiras que tocamos mais a bola de pé de pé pra chegar no gol adversário. Nós usamos mais a nossa técnica do que a força. E em relação a visibilidade há mais transmissões de jogos e a imprensa sempre acompanha o time e informa sobre os jogos e o que está acontecendo na competição, algo muito bom para quem quer acompanhar a modalidade. A semelhança entre os dois países é que ambos tem muita vontade dentro de campo, raça e competitividade.
PFF: Qual foi a sensação de ter disputado o mundial sub-20 com a camisa da seleção brasileira? Como você vê o seu desenvolvimento desde então?
LS: Foi um sonho, uma sensação maravilhosa de poder vestir a camisa da seleção e ter a oportunidade de poder representar nosso país e todas as meninas que jogam e pessoas que gostam da modalidade. Infelizmente não fizemos um bom mundial o que nos chateou muito. Nós sentimos por não ter tido bons resultados ainda mais pelo fato de que poderíamos ter ido melhor. Tínhamos um time muito bom e independente se estávamos em um grupo considerado da morte nós poderíamos ter ido melhor. E depois desse momento acredito que amadureci um pouco mais.
PFF: O Avaldsnes disputou a Champions League nessa temporada e foi eliminado logo na fase de 32 avos de final para o poderoso time do Lyon, atual campeão europeu. Mesmo com a eliminação, você ainda tem acompanhado a UWCL? Algum palpite para quem possa ser o campeão?
LS: Acompanho um pouco. E apesar de eu torcer para os times que há brasileiras, acho o Lyon muito forte pra conquistar o bicampeonato da competição.
PFF: Como você vê a mudança no comando da seleção brasileira com a chegada da Emily Lima? Acredita que atuando em uma liga competitiva como a alemã, possa receber uma convocação para a seleção brasileira principal, no futuro?
LS: Com a chegada da Emily e sua comissão a esperança de um dia poder ser convocada ressurgiu novamente, ainda mais que deu pra perceber no Torneio de Manaus que ela deu oportunidade para novas jogadoras. E em relação a liga alemã , eu acredito que somente o status de estar na Bundesliga não me fará ter uma chance na Seleção Brasileira e sim se eu estiver bem e com uma boa sequência de jogos.
PFF: Quais suas expectativas para o restante da temporada com o Sand e para o seu futuro?
LS: Primeiramente me adaptar o mais rápido possível e ajudar o time para que juntas nós possamos colocar o clube no lugar mais alto possível da tabela e consequentemente conquistar título que é o objetivo de todo atleta e o mais importante.