OPINIÃO: O Fantástico Mundo de Vadão

A história da Seleção Brasileira que só joga bem contra equipes pequenas

Dizem que números não mentem. Pois então. Oswaldo Alvarez, o Vadão, tem os números a seu favor.

Desde que foi recontratado para comandar o próximo ciclo de Copa do Mundo, fazendo sua estréia no dia 19 de outubro de 2017, contra o México, a Seleçao tem 12 vitórias, um empate e três derrotas.

Agora, vamos aos fatos. Vadão se apega a campanha invicta na Copa América para justificar seu trabalho e o desenvolvimento da Seleção. Certo, foram 7 jogos, vitórias de goleada. O problema é quando o melhor time enfrentado foi a Colômbia, que ocupa um modesto 26º lugar no ranking da FIFA.

  • Brasil 3×1 Argentina (35º)
  • Brasil 8×0 Equador (62º)
  • Brasil 4×0 Venezuela (58º)
  • Brasil 7×0 Bolívia (86º)
  • Brasil 3×1 Chile (39º)
  • Brasil 3×0 Argentina (35º)
  • Brasil 3×0 Colômbia (26º)

Em entrevista ao Dibradoras, Vadão falou sobre o tão cobrado padrão de jogo da sua equipe. Segundo ele, o time sempre tenta sair jogando, mas “as vezes o adversário é competente” e não deixa isso acontecer. Ou seja, contra adversários fortes, o Brasil se rende a chutões, ou como diz Vadão, “bolas longas nas costas da defesa”. São coisas bem diferentes, claro.

Se os números não mentem, é hora de analisar. Contra seleções que estão no TOP 10, o Brasil conseguiu apenas duas vitórias nesse novo ciclo de Vadão. Contra o Japão, no Torneio das Nações, e contra o Canadá, amistoso com portões fechados.

  • Brasil 1×3 Austrália (8º)
  • Brasil 2×1 Japão (6º)
  • Brasil 1×4 Estados Unidos (1º)
  • Brasil 0x1 Canadá (5º)
  • Brasil 1×0 Canadá (5º)

Os próximos desafios da Seleção Brasileira são contra a Inglaterra (4ª), no dia 6 de outubro, e contra a França (3ª), esse último ainda não anunciado pela CBF, mas que deve acontecer no dia 10 de novembro. Lembre-se, com seis derrotas para times no Top 10, Emily Lima foi demitida, com 10 meses de trabalho. Os números não mentem!

Para Vadão, o desenvolvimento da Seleção Brasileira fica prejudicado pela falta de tempo para treinar. As jogadoras se apresentam num dia, viajam, e dois dias depois já tem que jogar. Mas ora, não é assim pra todas as Seleções? Ou será que a Austrália teve mais tempo para trabalhar do que a Seleção Brasileira? Aliás, as jogadoras da Austrália também não estão espalhadas pelo mundo? Europa, Inglaterra, Estados Unidos. O fato é que elas, apesar de estarem uma posição atrás do Brasil no ranking da FIFA, já nos ultrapassaram faz tempo.

Créditos onde se deve dar créditos, mas o Brasil não pode viver apegado a resultados de Abril, quando enfrentou Seleções limitadíssimas, para justificar os fracassos nos últimos amistosos.

Faltam 266 dias, 38 semanas, para a Copa do Mundo de 2019.

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