Conversamos com os técnicos de RB Bragantino, ESMAC, Atlético MG e Cresspom para saber um pouco mais sobre as expectativas com esta fase
E o Brasileiro Femininoo A2 de 2021 está chegando ao fim, mas antes disso, os quatro times desta fase precisam saber qual será a sua classificação no Torneio mais democrático do país e qual será o planejamento para o restante da temporada e, também para o Brasileiro Feminino A1, já que os times que chegaram a semifinal já estão com o acesso garantido.
Antes dos dois jogos de RB Bragantino, ESMAC, Atlético MG e Cresspom falamos com os técnicos para saber um pouco mais o que esperam sobre os confrontos, expectativas e também qual é o diferencial das equipes para chegarem à final.
ATLÉTICO MG– HOFFMAN TÚLIO
Pelo segundo ano à frente da equipe, temos Hoffman Tulio, também responsável pelo acesso do Cruzeiro à A1 em 2019. Na ocasião, Hoffman foi vice-campeão da A2, perdendo para o São Paulo na final e, no ano seguinte, assumiu o comando das Vingadoras, apelido atribuído ao time feminino. No primeiro ano, não conseguiu avançar às oitavas de final e, depois foi campeão mineiro diante do Cruzeiro e, com algumas mudanças importantes no elenco conseguiu o acesso à A1, sem perder na competição. Hoffman chega a comentar sobre a evolução do Galo nessas duas temporadas: “Na verdade, o projeto do Atlético vem crescend, começou como Social, em 2019 e, em 2020, começa um processo de profissionalização e fui chamado para esse processo de reconstrução. E esse ano, foi dar sequência a isso, a essa mudança de cultura, de filosofia, de compreensão dentro do clube, de aceitação, então, o projeto cresce dentro do clube, e, consequentemente, aparece para fora”.
Para a sequência da competição, que ficou parada por aproximadamente um mês, o Galo tem um desafio de enfrentar um velho conhecido nesta temporada: o Cresspom, equipe do Distrito Federal, que esteve no mesmo grupo da equipe mineira na primeira fase. Hoffman comentou sobre as expectativas da semifinal e do jogo: “Tenho boas expectativas para esta semifinal, tivemos uma boa evolução dentro do Campeonato. Por mais que a competição tenha parado, o que não é muito bom, porque a gente perde sequência e energia, as expecativas continuam altas e boas, porque a equipe joga bem e fez duas semanas boas de preparação”.
E acrescentou sobre o Cresspom, pensando no fato de já ser um adversário conhecido: “Jogo difícil… Sempre digo que não é bom repetir adversário, conhecemos o Cresspom e o Cresspom nos conhece. Jogo duro, o clima de Brasília é diferente. São 180 minutos de jogo e temos que trazer a vantagem para Belo Horizonte”.
Esta é a segunda equipe que o treinador mineiro consegue o acesso pela A2, Hoffman comentou como se sente com este feito: “É uma alegria imensa! Trabalhei nos três grandes de Minas Gerais, e poder subir o Cruzeiro e o Atlético Mineiro é uma alegria imensa. Aquele que quer o bem do futebol mineiro fico muito feliz e histórico, pois é muito difícil alguém conseguir fazer isto também. Muita felicidade pelo grupo e pela comissão técnica”.
E chegou a falar de um dos responsáveis pelos acessos de Cruzeiro e Atlético, Bira, que esteve presente com Hoffman e pôde viver este feito de perto: “Bira está comigo no América, no Cruzeiro e no Atlético, nesses dois acessos, fico feliz de estar trabalhando com ele e com os demais membros da comissão técnica”, concluiu.
ESMAC– MERCY
Segunda equipe paraense na primeira divisão na história, o ESMAC é a única equipe da região Norte que está nesta decisão. Depois de enfrentar novamente o Real Ariquemes, dessa vez pelas quartas de final, o ESMAC conseguiu vencer em casa por 2 a 1. Uma das equipes com o melhor rendimento da semifinal, em 09 jogos , foram 07 vitórias e 02 empates, a equipe paraense quer chegar a final e conta com o trabalho espetacular do técnico Mercy, um dos responsáveis por esta campanha da equipe paraense.
O técnico destaca que o diferencial que fez a equipe chegar até a semifinal foi o jogo coletivo: “Com certeza o diferencial do ESMAC é o jogo coletivo, quase não mexemos no elenco principal e 90% do plantel jogou todas as partidas até aqui, o coletivo nesse momento é fundamental”.
O ESMAC é o segundo time paraense da história na primeira divisão. O primeiro a conquistar tal feito foi o Pinheirense, que em 2017, comandado por Aline Costa, a primeira técnica a ser campeã de uma competição nacional, ganhou o campeonato e ao ser questionado, Mercy declara que chegou a enfrentar o Pinheirense na primeira fase: “Acompanhei a campanha do Pinheirense, inclusive fui um dos adversários na primeira fase, em 2017, todo o plantel do ESMAC estava emprestado ao Tuna Luso (outra equipe paraense que chegou a jogar a A2 também). Jogamos no Mangueirão, o jogo ficou em 1 a 1”.
O técnico também comenta sobre o trabalho que é feito com todas as jogadoras, que além do treino que possuem, tem direito a uma bolsa de estudos, o que agrega na questão educacional: “Nossa equipe está junta há muito tempo, somo uma faculdade e todas estudam, pois ganham uma bolsa, pois é o principal ganho delas”.
A equipe paraense chegou ao seu terceiro ano em disputa da competição até conseguir este acesso e Mercy destaca o que foi mudado para este ano: “Fizemos um planejamento esse ano em cima dos nossos erros nas campanhas passadas. Implementamos um modelo de jogo utilizando o estilo e qualidade de nossas atletas, damos o máximo de estrutura e as atletas conseguiram assimilar a parte técnica com louvor e foi maravilhosa a forma como as atletas se entregaram nos treinos”.
Para concluir, Mercy analisa o adversário do ESMAC na semifinal, que é o RB Bragantino: “Estamos acompanhando de perto todo o trabalho do Bragantino. É uma equipe que tem um fortíssimo patrocinador e dá condições para a comissão e para as atletas desempenharem o seu melhor, tem uma linha de atacantes que é a melhor da competição, estamos trabalhando com o objetivo de neutralizá-las, contê-las e depois colocar nosso modelo de jogo em prática, assim esperamos ser a melhor forma de surpreendê-las”.
CRESSPOM- MARINHO
Uma das equipes mais tradicionais do futebol feminino e uma das responsáveis pela notoriedade do futebol feminino brasiliense no cenário nacional, o Cresspom conseguiu o acesso após derrotar o Ceará por 2 a 0.
As Tigresas do Cerrado tiveram uma campanha com altos e baixos até o momento, somando em 09 jogos, 04 vitórias, 04 empates e 1 derrota na competição. Na terceira vez que participa da segunda divisão, a equipe consegue o acesso. Com 21 anos de história, o Cresspom serviu de inspiração para o Minas Brasília, campeão da A2 em 2018 e o Real Brasília, clube que conseguiu se manter na primeira divisão em 2022.
Assim como o Esmac, Marinho, técnico do Cresspom destaca a união da equipe como o principal diferencial para conseguir chegar à semifinal: “O grupo lutou muito para chegar até aqui, quero destacar a união do mesmo como o diferencial”.
Para a semifinal, Marinho declara que as expectativas são boas para os dois jogos: “As expectativas são as melhores possíveis, sempre lembrando que os jogos desse momento podem criar perspectivas boas”.
Falando um pouco sobre o adversário desta semifinal, o técnico das Tigresas do Cerrado destaca o quão qualificado as Vingadoras chegam para este jogo: “Um adversário de alto grau de investimento, e uma equipe bastante qualificada, com um treinador super campeão mineiro, com uma comissão forte”, concluiu
RB BRAGANTINO
Semifinalista do Campeonato Paulista e a equipe com a melhor campanha da primeira fase, o Massa Bruta consegue o acesso em seu segundo ano de trabalho e isso se deve ao elenco jovem e qualificado, além do comando de Camilla Orlando, que foi campeã sub-18 com o Internacional em 2019 e chegou em seu trabalho com uma equipe da categoria adulta.
No geral, o Bragantino teve uma brilhante primeira fase, encerrando com 100% de aproveitamento e 25 gols marcados e nenhum sofrido. A partir das oitavas de final, a equipe teve duas derrotas, sendo uma para o JC, da Amazônia por 1 a 0, e outra para o Athletico PR por 4 a 2, sobre estas derrotas da equipe, Camila declarou: “Tivemos dois momentos de ter que virar o placar e isso sem dúvidas torna o grupo mais resiliente e maduro. E tivemos um tempo para ajustar alguns detalhes que só conseguimos ver em jogo”.
O RB Bragantino é a sétima equipe paulista na elite em 2022, sobre esse predomínio do futebol paulista em competições nacionais: “O Campeonato Paulista sempre foi referência em qualidade técnica. Antes com o apoio de prefeituras, mesmo que não da forma ideal, faziam com que os projetos fossem consistentes, então, isso torna o Torneio uma grande oportunidade para as equipes que jogam em alto nível as duas competições”.
O RB Bragantino teve uma boa primeira fase, mas ao chegar no mata-mata, problemas defensivos ficaram mais aparentes na equipe, nos últimos quatro jogos disputados, sendo dois das oitavas de final e dois das quartas, o Massa Bruta sofreu cinco gols, Camilla comentou sobre o que precisa ser feito para que erros não aconteçam mais: “O sistema defensivo tem que errar menos, o erro fica muito evidente, ainda mais em um jogo de mata-mata e contra uma equipe ofensiva contra o Athletivco. Até aquele jogo, só tomamos um gol, não podemos errar em partidas desse nível. Fizemos os ajustes necessários para que a equipe se mantenha consistente defensivamente e ofensivamente”, concluiu.
SEMIFINAIS DO BRASILEIRO FEMININO A2
Neste domingo, 15, temos os dois jogos de ida das semifinais da competição: às 10h, o ESMAC recebe o RB Bragantino, no Pará e às 15h, no Distrito Federal, o Cresspom recebe o Atlético MG. Ambos os jogos terão transmissão da ELEVEN Sports e da CBF TV para que ninguém perca nenhum detalhe sobre a competição.