Lyon vence o clássico francês pela semifinal europeia

Em um clássico duro, a resiliência do Lyon venceu a boa estratégia do PSG, e as atuais campeãs europeias estão em mais uma final de Champions League.

Em campo um jogo tenso como esperado, mas com um Lyon sem algumas de suas principais peças dos últimos anos, destacando a centroavante norueguesa Ada Hegerberg, lesionada e ainda sem condições de jogo, e da meio campista francesa e Henry, termômetro do meio campo do Lyon. Pior do que os nomes, eram o vácuo que ambas deixavam, principalmente Ada que é a jogadora do ultimo toque e tem um alto aproveitamento em todos os tipos de finalizações, sua substituta, a inglesa Nikkita Parris, é muito agressiva sem bola, mais rápida e móvel, mas não gera a mesma profundidade e não finaliza tão bem quanto a internacional norueguesa. O Paris sabia das debilidades pontuais do Lyon para a partida e buscou pressionar alto, de forma até surpreendente e ousada. O primeiro tempo das parisienses foi quase todo no campo adversário.

PSG pressionando a saída de bola do Lyon. (Imagens: Instat)

Marcando alto em duas linhas de quatro (4-4-2), a equipe de Olivier Echouafni estrangulava a saída de bola adversária e tentava minimizar as participações do expoente técnico do Lyon, a meia alemã Marozsan, dentro do jogo. Katoto e principalmente Ramona coordenavam as subidas de pressão, Diani evitava as subidas da lateral direita inglesa Bronze e Nadim vigiava as subidas pelo lado esquerdo das atuais campeãs francesas. Geyoro e Dabritz faziam a dupla de volantes. Funcionou por aproximadamente 35 minutos. A japonesa Kumagai, 1ª volante do Lyon, estava visivelmente incomodada com esta pressão alta, perdendo bolas mais vezes do que o comum. As melhores oportunidades caíram nos pés de Diani e Morroni que finalizaram mal ou foram bloqueadas.

Equipe do Lyon iniciando no 4-2-3-1

Jean-Luc Vasseur que havia iniciado a partida no 4-2-3-1, logo no primeiro tempo, percebeu que este encaixe de marcação do PSG estava sufocando sua saída de bola. Marji, que iniciou como extrema pela esquerda, é realocada para o interior do campo, formando um trio de volantes com Kumagai, no centro e Gunnastoddir, mais pela direita, e Cascarino, antes aberta na ponta direita, formou uma dupla de ataque de velocidade com Parris. Esta mudança possibilitou que a bola começasse a chegar finalmente em Marozsan, que, pode assim, articular ataques perigosos ativando principalmente o time pelo centro do campo. Entretanto, apesar de conseguir golpear o PSG, a dificuldade do jogo continuou muito alta.

Lyon no 4-3-1-2 a partir dos 35 minutos

O PSG gerou os espaços que necessitava, anulou as principais peças do Lyon por mais de 35 minutos, mas lá na frente, a equipe não teve convicção para concretizar todo o trabalho duro em Gol. E a resiliência das atuais campeãs europeias foi premiada mais uma vez. Aos 65, Geyoro é expulsa pelo excesso de faltas e no minuto seguinte, um gol de Renard de cabeça, mais um da zagueira artilheira, e da já conhecida Bola Parada do Lyon. Mais uma derrota a vista, mais um “quase” e, pela leitura corporal das atletas parisienses em campo, percebia-se mais uma derrota tomando forma. Após o gol de Wendie, o PSG começou a se desconectar do jogo. Mesmo a expulsão de Parris aos 74 minutos não recolocou o PSG na partida, e assim ficou o placar até o final do jogo.

Dabritz encontra Diani numa das melhores chances do PSG no 1º Tempo.

Futebol não é só a técnica das jogadoras, a estratégia de um treinador, a questão física ou a mental, é, na verdade, a junção de tudo isso e muito mais, e na somatória de todos estes fatores que pesam muito dentro de um jogo de futebol, o Lyon vem, à anos, mostrando que é uma equipe que chega para vencer. E mesmo em grandes dificuldades, resiste e encontra soluções para seguir vencendo. Agora é a vez do Wolfsburg da Alemanha tentar desafiar, mais uma vez, as atuais campeãs europeias, domingo, as 15h.

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