Volta a Liga MX Femenil, o campeonato mais assistido da América Latina.

Por Matheus Guimarães: Na próxima quinta-feira terá início o Torneo Apertura 2020 da Liga BBVA MX Femenil, ou melhor, o Torneo Guard1anes 2020, batizado como forma de homenagear todos os profissionais que atuaram na linha de frente no combate à pandemia da COVID-19 no México. O Torneo Clausura 2020 foi encerrado em março, quando ainda estava em sua Jornada 10 e não houve campeão.

Até então, Tigres e Atlas lideravam o campeonato com 22 pontos, seguidos de Chivas, Rayadas, América, Pachuca, León e Cruz Azul, na zona de classificação para os play-offs que decidem o título. Stephany Mayor (Tigres), Fabíola Ibarra (Atlas), Desirée Monsivais (Rayadas) e Viridiana Salazar (Pachuca) eram as artilheiras do torneio com 6 gols cada.

O Torneo Guard1anes 2020 terá duração de 4 meses, com a primeira fase (pontos corridos) sendo jogadas até 20 de novembro e as finais com datas previstas para 10 e 13 de dezembro. O duelo inaugural já tem hora e local definidos: 13 de agosto, às 18:00 (20:00 de Brasília), quando as Bravas de Ciudad Juarez recebem as Chivas Rayadas de Guadalajara, no Estádio Olímpico Benito Juarez.

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Vamos então a um resumo de como cada equipe chega para esta competição:

FC Juarez
O time de Chihuahua chega com poucas modificações em relação ao torneio passado. Gabino Amparán pretende dar continuidade ao trabalho, com destaque para a meio-campista Selena Castillo. O time conta com duas novidades para este torneio: a goleira Alondra Ubaldo (ex-Toluca) e a defensora Sahiry Cruz.

Guadalajara
Com grandes contratações para este torneio, as Chivas prometem entrar forte na briga pelo título, e com treinador novo: Edgar Mejia, que treinava as divisões de base do masculino terá na mão um grupo que, apesar da perda da principal jogadora: Rubi Soto que foi para o Villareal-ESP, conta com a carismática goleira Blanca Félix, além de duas chegadas de peso: Alícia Cervantes (ex-Rayadas) e Carolina Jaramillo (ex-Tigres).

Cruz Azul
O time de Rogélio Martinez vinha fazendo um bom torneio, com 4 vitórias e 4 empates. A equipe, que tem pouca habilidade técnica, mas taticamente muito organizado e fisicamente muito forte, tem como destaque a defensora Brenda Garcia. Se conseguir conciliar sua superioridade física com um desenvolvimento na parte criativa de jogadas ofensivas, pode conquistar alguns pontos dos favoritos do torneio.

América
A equipe de Leonardo Cuellar patinou em alguns confrontos no torneio passado e, por isso mesmo, trouxe alguns bons reforços para compor o seu elenco. É o caso de Dalia Molina (ex-Monarcas), Jocelyn Orejel (ex-Tijuana) e da goleira Natalia Acuña (ex-Querétaro), que chegam em condições de estarem entre as 11 titulares. O time perdeu Estefanía Fuentes, que migrou para o Sassuolo-ITA, mas tem total condições de manter o bom nível técnico, principalmente na parte defensiva.

Atlas
Fernando Samayoa tem o grupo na mão. Muito querido entre as jogadoras e a diretoria, conta com duas atacantes mais que entrosadas: Adriana Iturbide e Fabíola Ibarra que vinham fazendo um grande torneio e, caso mantenham o bom nível, com certeza guiarão a equipe para os play-offs. Além disso, o time que sofria com alguns erros defensivos, conta agora com Deyanira Vaillalobos, Alejandra Lomeli e Kimberly Cuevas que podem ajudar nessa melhoria.

Mazatlán FC
Grande debutante na Liga MX Femenil, o time de Mazatlán, que utiliza a base da extinta equipe Monarcas Morelia, chegou fazendo barulho e conta com a badalada Jessica Castañeda na direção executiva e Mario Ruiz como treinador. O time do Monarcas vinha fazendo um bom torneio e, agora com sangue, caras e investidores novos, pode surpreender as equipes mais antigas da Liga. O time não trouxe grandes contratações, mas pode ter um início de trabalho a longo prazo bem interessante.

Pumas
O jovem time de Ileana D’avila vinha patinando muito no torneio, bem diferente dos times competitivos de torneios passados. Apesar disso, não houve nenhuma contratação para esta temporada e a equipe vai apostar mais uma vez nas jovens jogadoras universitárias. Um time muito passivo em campo, aguardando o adversário propor o jogo para então atuar nos erros e contra-ataques e que deve manter o mesmo padrão de jogo.

Santos Laguna
A equipe de Martin Perez vinha fazendo um Clausura 2020 muito ruim, segurando a lanterna da competição, bem diferente do bom resultado no Apertura 2019. O time joga em 4-4-2, com forte marcação no campo adversário, porém com pouca criatividade ofensiva para finalizar. Os erros defensivos também foram constantes nesse torneio e o treinador tem muito o que ajustar se quiser ter um time competitivo.

Rayadas
O super-time de Monterrey vai em busca do bicampeonato e chega com totais condições para isto. Além de manter a base da equipe que tinha apenas uma derrota no Clausura 2020, Hector Becerra irá contar ainda com 5 novas jogadoras de nível de seleção: Alejandria Godinez (ex-Pachuca), Cristina Burkenroad, Diana Garcia (ex-León), Monica Flores (ex-Valência-ESP) e Yamile Franco (ex-León). A equipe da meio-campista Dani Solis tem tudo para chegar às finais mais uma vez contra seu adversário régio.

Puebla FC
O time de Jorge Isaac Gomez começou muito bem o Clausura 2020, porém o time perdeu pontos importantes durante a temporada. Com muita velocidade nos ataques e bolas cruzadas na área, o time pueblano também contou com uma defesa consistente e compacta. A equipe é a mesma que disputou o torneio passado e tem condições de surpreender para chegar aos play-offs.

San Luís
Rigoberto Esparza chegou com a difícil missão dar uma cara ao Atlético, que fazia um torneio razoável, porém com uma equipe abaixo da média da competição, com jogadoras muito velozes, mas sem capacidade técnica e tática de incomodar. Para esta missão ele terá a companhia de 4 novas jogadoras com potencial: Britany Cardenas (ex-Tigres), Carolina Zepeda (ex-León), a boa goleira Heidi Gonzalez (ex-América) e Karla Cantu (ex-León).

Querétaro
Com muitos problemas estruturais no torneio passado, o time queretano passou por uma reformulação completa: dispensou 15 jogadoras, contratou um time inteiro (11 novas jogadoras) e trouxe Carla Rossi (ex-Tijuana), uma das melhores e mais experientes treinadoras da competição. Entre as chegadas destacam-se: Daniela Alcantar (ex-América), Diana Garcia (ex-Monarcas), Jazmin Enrigue (ex-Tigres) e Mayra Santana (ex-Atlas).

Toluca
O tradicional time do Toluca vinha decepcionando no Clausura 2020 com apenas 7 pontos em 10 rodadas. Muito pouco para uma equipe que costuma chegar aos play-offs. Para este torneio, Agustin Contreras contará com 7 novas jogadoras, mas mantendo as características do torneio passado: uma equipe jovem, focada em desenvolver as atletas e que tem o setor defensivo como protagonista. Caso consiga ajeitar a transição e a criatividade na parte ofensiva, é uma equipe também com chances de aparecer no top 8.

Tigres
O time de Roberto Medina vinha de um torneio perfeito: 22 pontos conquistados em 8 rodadas de forma invicta. A capacidade técnica e tática da equipe é muito acima das demais da competição, trabalhando com jogadoras muito próximas, troca de passes rápidos, mantendo a posse de bola e marcando o adversário já na saída da bola. O time chega exatamente com as mesmas jogadoras que terminaram o Clausura 2020 e é o time a ser batido nessa competição.

Pachuca
A equipe da meio-campista Yanin Madrid figura entre o Big Six, apesar de ainda não ter um elenco capaz de desbancar os dois favoritos. O time de Eva Espejo chega com o desafio de resolver um problema constante no Clausura 2020: o time ocupava o meio-campo com 5 ou 6 jogadoras, porém com muitos erros nas chegadas ao ataque, com isso, as atacantes recuavam muito e precisavam percorrer grandes espaços com a bola.

Necaxa
A equipe do Necaxa vinha fazendo um bom torneio dentro das suas possibilidades. O grande destaque é Fabiola Vargas, treinadora da equipe, que conseguiu dar uma consistência a uma equipe sem estrelas. O time tem tudo para continuar avançando neste torneio e pode tirar alguns pontos das equipes principais, sobretudo se manter os bons resultados da defesa e evoluir nas transições para o ataque, fazendo a bola chegar com qualidade nas atacantes.

Tijuana
O time fronteiriço foi a grande decepção do torneio passado. Com um elenco recheado de jogadoras destacadas e experientes, a equipe patinava na 10° posição, perdendo pontos muito importantes em casa. Para a missão de recolocar o time nos trilhos, chega Frankie Oviedo, que contará com um elenco menos badalado e mais jovem, tendo a oportunidade de colocar a sua marca nesta equipe.

León
A equipe de Everaldo Begines vinha fazendo um ótimo torneio, dando trabalhado às equipes tradicionais, com 5 vitórias em 9 jogos. Neste torneio o elenco, apesar de algumas perdas de jogadoras fundamentais, chega ainda mais reforçado: Brenda Viramontes (ex-Tigres), Esmeralda Verdugo (ex-Tijuana), Lucero Cuevas (ex-Tijuana), Nailea Vidrio (ex-Pachuca) e Sonia Vazquez (ex-Tigres) se juntam ao elenco para levar a equipe pela segunda vez na história ao play-offs.

E então, pra quem vai a sua aposta? Teremos mais um clássico régio na final? Poderá León e Cruz Azul superar os elencos estrelados do Big Six? Como será o primeiro torneio do Mazatlán FC? A partir do dia 13 de agosto poderemos acompanhar todas essas respostas. Não percam!

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