Na madrugada de segunda (15) para terça-feira (16), a técnica do Santos e ex-técnica da Seleção Brasileira, Emilly Lima, desabafou nas redes sociais sobre as condições do futebol feminino no Brasil.
Na ocasião, as jogadoras do Santos tiveram seu voo remarcado de última hora para Manaus, com escala em Brasília e chegada ao destino na madrugada. Ao chegar no hotel, a delegação foi surpreendida. O voo mudou, mas as reservas no hotel não, o que resultou nas jogadoras e comissão técnica improvisando descanso nos sofás do hotel.
O desabafo inspirou as jogadoras a cobrar melhores condições para o futebol feminino brasileiro. No Santos, Patricia Sochor, Ketlen Wiggers, Sandra, Paty Nardy, Kemelli e Maurine, manifestaram sua insatisfação e cobraram o fim do descaso com a modalidade.
Não só as atletas do Santos protestaram. Do Corinthians, Gabi Zanotti e Erika pediram melhorias. As duas tem passagens pela Seleção Brasileira, e Erika inclusive estava com o grupo na França para a disputa da Copa do Mundo, porém não pode jogar por conta de uma lesão.
Outras jogadoras da Seleção Brasileira também engrossaram o coro. Cristiane (São Paulo), Andressa Alves (Roma) e Poliana (São José), usaram suas redes sociais para cobrar. Já na quinta-feira (18), a goleira Aline Reis também demostrou sua indignação. “O futebol feminino Brasileiro está carente de muitas coisas, principalmente de um maior comprometimento dos envolvidos na modalidade,” disse a atleta.
Sobre o ocorrido, o Santos Futebol Clube se pronunciou através das suas redes sociais.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), responsável pela organização dos campeonatos femininos, emitiu nota lamentando a situação.
A delegação do Santos desembarcou em Manaus às 23h10 desta segunda-feira (15) para o jogo contra o Iranduba pelo Brasileiro Feminino A-1, marcado para 20h desta quarta (17), na Arena da Amazônia. Assim que chegou ao hotel designado (0h05 de terça), foi informada que o check-in só poderia ser feito no início da manhã. Um agente de viagens local, parceiro da CBF, resolveu o problema e conseguiu outro hotel, para onde a equipe seguiu 50 minutos depois (0h55). A confederação lamenta o episódio e está cuidando para que não seja repetido.
A CBF esclarece ainda que os 25 integrantes da delegação do Santos, que, seguindo o regulamento, têm as passagens pagas pela entidade, viajaram no mesmo voo para Manaus. O Santos emitiu passagens extras, pagas pelo clube, para pessoas que embarcaram em outro avião. A organização do campeonato busca sempre as melhores condições para a viagem das equipes. Eventuais conexões e esperas em aeroportos devem-se às possibilidades da malha aérea do país.
O Planeta Futebol Feminino apoia jogadoras e comissões técnicas na busca por condições melhores de trabalho na modalidade.